Há jogadores que voltam da Europa e demoram para dar o retorno esperado. O lateral-direito Cicinho é um exemplo claro. Já Alex Silva parece que nunca foi embora do São Paulo.

O Pirulito, apelido que ganhou na primeira passagem pelo Morumbi por causa dos 1,92m, foi contratado do Hamburgo por empréstimo até julho de 2011 e, depois de reestrear na goleada sobre o Monte Azul, no fim de fevereiro, virou o coração da defesa são-paulina.

Em campo, além da costumeira eficiência na marcação, Alex Silva se destaca pela liderança. Ele orienta os companheiros, cobra o tempo todo. “Estou sempre gritando igual um louco lá atrás”, diverte-se.

O estilo, porém, é aprovado pelos colegas. “Quando você consegue expressar essa pessoa interior, mostra que está com vontade de vencer, acaba contagiando os outros. Eu mesmo, que não sou muito de falar, agora estou cobrando mais no vestiário por causa disso”, diz o volante Jean.

O chefe também está satisfeito com o comportamento do zagueiro. “Fez sucesso no São Paulo na primeira passagem e voltou mais maduro, experiente, é uma liderança importante. Além da parte tática, ele faz uma boa leitura do jogo. O zagueiro tem tempo para isso, ele está cantando bem o jogo.”

O jeito uruguaio

A inspiração vem de um ex-companheiro de São Paulo. Alex Silva era reserva do reserva em um time que tinha Lugano como titular. O zagueiro, atualmente no Fenerbahce, da Turquia, virou ídolo da torcida justamente pela raça que demonstrava dentro de campo. O uruguaio cobrava, assim como Pirulito faz hoje.

“Aprendi muita coisa na Europa e também com o Lugano. Ficava observando o comportamento dele. Ele tinha essa vontade e garra de contagiar o time.”

Com esses ensinamentos, Alex Silva pretende parar o forte ataque do Santos. O objetivo é estar ao lado de Robinho na Copa do Mundo. “Estou procurando me dedicar ao máximo, quero ser campeão paulista e, quem sabe, ser convocado.”

O zagueiro aposta no crescimento da equipe para passar pelo Santos e avançar à final. Segundo ele, o São Paulo está crescendo na hora certa. “O time entrou no espírito de decisão e vamos dar trabalho.”

E os números do Pirulito comprovam que é possível. Com ele em campo, o São Paulo levou apenas seis gols em dez jogos, uma média de 0,6 gol. Ainda obteve sete vitórias e dois empates, perdendo apenas um Jogo.