Ricardo Gomes havia dado indícios de que acabaria com a ansiedade do torcedor e já colocaria em campo amanhã contra a Ponte Preta, no Estádio Moisés Lucarelli, um time muito próximo do ideal – as ausências, por suspensão, de Miranda e Cléber Santana impediriam o plano por completo. Mas mudou de ideia. O técnico entende que o grupo ainda não atingiu o melhor da condição física e pediu mais um tempo. Os são-paulinos só deverão ter na ponta da língua os 11 titulares no final do mês.

“A prioridade ainda é a parte física”, discursa o técnico. “Ter um time-base depende do melhor condicionamento dos atletas. E o São Paulo tem de se preparar bem para toda a temporada, não só para o início.”

Enquanto não se define, ele terá de aguentar as cobranças. Anteontem o meia Jorge Wagner já havia admitido que está difícil jogar bem porque muitos jogadores estão sendo utilizados em posições diferentes. A torcida ficou impaciente com o empate sem gols diante do fraco Oeste na quarta-feira. E dirigentes exigem o time titular logo. Mas o rodízio vai ter prosseguimento.

“As críticas são justas, mas temos um motivo”, defende-se Ricardo Gomes. “Nós recebemos o Cicinho, o Alex Silva, o Fernandinho e o Rodrigo Souto só no último mês. Houve o problema muscular do Dagoberto. Temos de administrar tudo isso. Se nós descartássemos o Campeonato Paulista talvez ficasse mais fácil, mas não vamos fazer isso.”

Ontem o treinador recebeu mais uma má notícia: Fernandinho sentiu dores musculares na coxa direita, não ficou até o final do treinamento e está praticamente descartado do jogo de amanhã.

“Ele terminou os últimos dois jogos com muitas dores e estou desconfiado de que pode se tratar de algo mais sério”, disse Ricardo Gomes.

Dagoberto e Alex Silva também não sabem se poderão jogar. Ambos alegam cansaço. O atacante teve de buscar jogo no diante do Oeste, enquanto o zagueiro, escalado na lateral-direita, procurou o ataque mais do que está acostumado.

Técnico dá pistas

Mesmo sem ter definido nomes, Ricardo Gomes já sabe que esquema implementar para tentar a quarta conquista da Copa Libertadores do clube. Será mesmo o 4-4-2, com a opção de utilizar Alex Silva na lateral-direita e adiantar Cicinho para o meio de campo se entender que precisa de mais criatividade no setor. “Quem estiver melhor,vai jogar, não adianta”, explica, deixando claro que do meio para a frente ninguém tem posição garantida. Um ataque com jogadores de velocidade e sem Washington é uma boa alternativa.