Washington pode até não ganhar o título brasileiro, mas conquistou, nos últimos meses, o que parecia improvável no primeiro semestre: o respeito e carinho dos torcedores, de toda a comissão técnica e diretoria.

Os três gols nas partidas contra Botafogo e Goiás, e principalmente a postura demonstrada pelo jogador, fizeram o São Paulo cogitar a renovação do contrato do Coração Valente.

Na avaliação dos dirigentes, o alto salário pago a Washington é o principal empecilho para sua permanência. Porém, caso a negociação com Fernandão, que está bem encaminhada, não se concretize, o camisa 9 passa a ser prioridade para a vaga.

Com mercado aberto no Brasil e no exterior, principalmente no Japão, onde já brilhou, dificilmente o atacante aceitará reduzir o salário para continuar no Morumbi. Mantê-lo no grupo ao lado de Fernandão, além de caro, seria um golpe contra as categorias de base. O plano é aproveitar Henrique no próximo ano.

Até a metade do segundo turno, Washington, apesar dos gols, se destacava mais pelo estilo desprovido de técnica e a indisposição com os torcedores. Ao ganhar novamente a posição de titular, na disputa pessoal com Borges, iniciou sua reviravolta.

Foram gols e pontos importantes assegurados pelo jogador, que recolocaram o Tricolor na disputa do título. Washington se tornou o maior goleador da equipe em uma temporada desde a saída de Luís Fabiano: já balançou redes 29 vezes em 2009.

A boa fase rendeu aplausos dos torcedores, que o perseguiram, depois de uma incrível oportunidade de gol ser desperdiçada quando a equipe já derrotava o Vitória por 2 a 0.

– Aquilo ficará marcado para mim. Talvez, se recebesse esse apoio antes, as coisas seriam melhores.

Fora de campo, Washington tem sido líder. Antes da derrota por 4 a 2 para o Goiás, no Serra Dourada, emocionou os parceiros ao falar que morreria em campo se fosse preciso (leia ao lado). O São Paulo não venceu, Washington está vivo. E acredita!