O fisioterapeuta do São Paulo Luiz Alberto Rosan se apresenta ao técnico Dunga na noite de hoje no Rio de Janeiro exatamente no mesmo dia em que completa 11 anos na seleção brasileira.

Rosan foi apresentado por Ricardo Teixeira no dia 31 de agosto de 1998, um mês após o Brasil perder para a anfitriã França a final da Copa do Mundo, no polêmico caso com Ronaldo, que passou maus momentos antes do jogo. Após a Copa, o presidente da CBF reestruturou as comissões técnica e médica e o fisioterapeuta tricolor teve sua chance.

Onze anos após sua chegada, Rosan coleciona títulos, jogos e histórias dentro da seleção mais vitoriosa do mundo. Campeão do Mundo em 2002, da Copa América em 2004 e 2007, da Copa das Confederações em 2005 e 2009, o são-paulino lembra com entusiasmo da comemoração do pentacampeonato, sobre a Alemanha, em Yokohama, no Japão.

"Pra quem trabalha no futebol não existe momento melhor do que disputar uma Copa do Mundo, ainda mais com êxito. São 52 dias confinados, numa batalha mundial, entre os melhores. É indescritível a emoção. Ainda mais ao chegar no Brasil, de volta à pátria", lembrou o fisioterapeuta, que além do título em 2002, também esteve na Copa da Alemanha em 2006.

Se a vida de um fisioterapeuta no clube já é complicada por ter que recuperar os atletas em tempo recorde, na seleção é pior ainda, compara Rosan. "Nos clubes temos mais tempo, apesar de sempre buscar recuperá-los antes do previsto. Na seleção normalmente nos apresentamos para um ou dois jogos e ficamos juntos pouco mais de uma semana. É bem mais complicado lidar com as lesões neste curto período", disse.

Rosan teve participação direta na recuperação de Kaká antes do jogo contra o Peru, lembra. O meia não jogava havia cinco semanas pelo Milan e se apresentou com o tornozelo ruim e sentindo muitas dores. Rosan e Kaká trabalharam juntos até dez horas por dia e o meia conseguiu atuar naquela importante partida das Eliminatórias, em Porto Alegre. O Brasil venceu por 3 a 0 com grande exibição de Kaká e ficou bem perto da próxima Copa.

"Isso me motiva muito a trabalhar na recuperação dos atletas. São momentos como esses que nos inspiram. Lembro deste caso do Kaká porque foi mais recente. A participação dele foi fundamental, pois tínhamos muito pouco tempo para recuperá-lo e deu tudo certo", recorda.

Contra a Argentina, no próximo sábado, Rosan completa 140 jogos pela seleção. Sua estreia aconteceu no México, na goleada do Brasil por 4 a 0 sobre a Alemanha, pela Copa das Confederações em 1999. Naquela ocasião o país anfitrião levou o ouro e o Brasil de Rosan a prata.