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FINANÇAS: Dívida do São Paulo volta a bater recorde no 3º trimestre

Julio Casares São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

De volta ao São Paulo em sua segunda passagem como técnico, Rogério Ceni se manifestou sobre a crise financeira que o clube enfrenta. Ele disse em entrevista coletiva, no fim de novembro, que "está na hora de todo mundo entender a realidade do clube".



– As dificuldades existem e têm de ser explicadas para o torcedor, porque ele vai ter que ser paciente e ajudar muito o São Paulo neste momento. É um momento crítico na história do clube. Acreditem no que eu estou falando para vocês. Para quem viveu aqui 26 [anos] e voltando agora… É um momento crítico, um momento difícil – disse Rogério Ceni.


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Como o São Paulo publicou pela primeira vez em sua história balancetes (documentos que mostram a situação parcial das finanças, no decorrer da temporada), por iniciativa da administração do presidente Julio Casares, o torcedor pode ter uma noção de como andam as contas.

Os números a seguir correspondem ao terceiro trimestre de 2021, portanto ao período entre janeiro e setembro. O ge os compara com o mesmo período do ano anterior para que sejam notadas as oscilações.

Receitas, despesas e resultado

No olhar mais abrangente, o São Paulo registrou, até o terceiro trimestre de 2021, receita maior do que havia contabilizado no mesmo período de 2020. Mas algumas particularidades precisam ser observadas.

Nos direitos de transmissão, com o adiamento do Campeonato Brasileiro e seu encerramento tardio, no calendário seguinte, parte das receitas foram adiadas para a temporada posterior.

A receita de R$ 30 milhões em premiações referentes à competição, por exemplo, pertenceria à contabilidade de 2020, mas teve de ser registrada em 2021. Isso distorce a comparação entre as linhas.

Esses são os principais destaques em relação às receitas:

Transferências de jogadores contribuíram com valor relevante para as contas tricolores, R$ 76 milhões em nove meses, porém menores do que tinham rendido em 2020. O orçamento foi frustrado;

Patrocínios aumentaram, graças a acordos firmados pela nova diretoria, porém em quantia insuficiente para aliviar problemas financeiros ou para que seja um destaque: só R$ 3 milhões a mais;

A direção são-paulina atribui o crescimento na área de licenciamentos às camisas vendidas pela Adidas e a royalties referentes aos contratos com o Banco Inter e com a Betsul;

Bilheterias estão zeradas em 2021 por causa da pandemia do coronavírus e tendem melhorar o cenário no último trimestre, com a reabertura dos estádios. O orçamento não contava com elas.



Entre as despesas, a mais relevante está na folha de pagamento de jogadores, comissão técnica e funcionários, demonstrada na tabela acima como "pessoal". No entanto, essa linha requer cuidados na interpretação.

Assim como direitos de transmissão, a folha também precisa ser comparada com cautela, pois pagamentos referentes à temporada anterior foram adiados e realizados somente na atual.

Apesar disso, o São Paulo afirma no relatório que gastos com folha foram maiores do que o planejado, por causa da troca da comissão técnica e da contratação de nove jogadores para o elenco principal, além da renovação de contratos de oito atletas criados na base.

Despesas financeiras são, geralmente, juros sobre dívidas. Não é possível entender exatamente a natureza delas, pois o documento são-paulino não oferece nenhuma nota explicativa a respeito.

Endividamento
As obrigações do São Paulo com credores não param de aumentar. Em dezembro de 2020, o clube encerrou o ano com R$ 607 milhões a pagar. Esse valor chegou a R$ 675 milhões em setembro de 2021.

A boa notícia – embora não seja tão boa assim – é que dívidas de curto prazo foram reduzidas. Ao término de setembro, a associação tinha R$ 369 milhões a pagar em menos de um ano. O valor total ainda assusta.

No gráfico abaixo, o ge adota como padrão a comparação entre trimestres: março, junho e setembro. Entretanto, o São Paulo não publicou os números referentes a junho, motivo pelo qual a reportagem inseriu os dados do mês de maio, para não prejudicar a compreensão.

A evolução do endividamento do São Paulo em 2021
Diretoria tricolor têm tentado alongar perfil da dívida, com troca de curto prazo por longo



Esses são os principais destaques em relação às dívidas:

"Obrigações empregatícias" estavam muito mais altas em setembro do que em dezembro, R$ 62 milhões a mais. Elas indicam salários e encargos trabalhistas de jogadores, comissão técnica e funcionários;



O São Paulo mais do que dobrou sua dívida com instituições financeiras. Empréstimos bancários com pagamento no longo prazo (acima de um ano) têm sido usado para cobrir os buracos no caixa. No total, foram captados R$ 154 milhões em novos créditos;

Empréstimos foram usados para quitar dívidas feitas pela administração anterior na compra de atletas, sendo as principais: Pablo (Athletico), Cueva (Tigres) e Tiago Volpi (Querétaro).

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