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Sensação do 4 de Julho, Chico Bala trabalhava 12h em supermercado e quase desistiu do futebol

Lateral de 27 anos vira febre no Colorado por apelido, futebol e história de vida. Jogador revela origem do seu nome e conta detalhes da vida antes de ser atleta profissional: "Era sempre difícil conseguir vaga nos times"

Chico Bala — Foto: Arquivo pessoal

Wanderson Ronha Ferreira Porto. Talvez, ao anunciarmos por esse nome, poucas pessoas reconheçam quem é o jogador. Mas se falarmos de Chico Bala, fica mais fácil de conhecê-lo. O atleta de 27 anos, natural de São José de Ribamar, cidade da região metropolitana de São Luís, no Maranhão, ficou conhecido pelo futebol arisco, um apelido curioso e por sua irreverência através de brincadeiras com os colegas de 4 de Julho, seu atual clube, fora das quatro linhas. Contudo, para o lateral-esquerdo, nem sempre a vida foi uma resenha - e ela ganhou uma dose ainda maior de aventura ao encontrar o São Paulo na 3ª fase da Copa do Brasil.



Emprego em supermercado até virar jogador
Antes de iniciar no mundo do futebol, Chico Bala trabalhou como repositor de estoque em uma rede de supermercados. Durante quatro meses, a jornada, que chegou a durar 12 horas por dia, servia como garantia financeira para ajudá-lo nas contas de casa. Nesse período, o futebol não era mais uma prioridade pela falta de chances, mas, no fundo, ele seguia como um sonho para Bala.

- Pensei em desistir porque eu nunca tive empresário. Era sempre difícil conseguir vaga nos times do meu estado. Aí tinha que fazer alguma coisa na vida para ir ganhando meu dinheiro e ajudar meus pais também. Como eu fiz alguns cursos técnicos, eu consegui colocar meu currículo em uma empresa, e eles me chamaram. Lá, eu ganhava um salário mínimo (na rede de supermercados). Às vezes, eu entrava meio-dia, saia meia-noite. Nos finais de semana, eu pegava de 7h da manhã e saia meio-dia. Fiquei por lá durante quatro meses até eu conseguir uma chance no futebol - afirmou Chico Bala.

Peneira e chance no futebol profissional
Durante o período que estava trabalhando no supermercado, Chico Bala ficou sabendo de uma peneira para seleção de atletas que iria ocorrer em sua cidade natal. Ele viu ali a chance de embarcar novamente no mundo do futebol. Chico pediu licença para sua ex-chefe e deu uma guinada na carreira graças à peneira.

- Eu tinha 18 anos e soube que ia ter essa peneira, peguei minhas coisas e fui. Saí meio atrasado do serviço, mas deu certo. Fiz o teste e fui aprovado. Lá foi o meu primeiro contrato profissional. Depois de uma semana de trabalho, eu pedi demissão do serviço e permaneci no futebol - comentou o jogador.
Foi questão de tempo até o sonho de Chico Bala virar o único objetivo de vida.

- Em 2014, eu consegui me tornar profissional. Contei muito com o apoio do treinador Josué Teixeira, que foi um treinador que teve um bom tempo no Macaé. Foi um cara que, até hoje, eu me sinto muito grato por ter tido ele como técnico. De lá, eu venho seguindo minha vida profissional - completou o atleta.

Apelido de infância
Se a carreira profissional começou em 2014, o apelido Chico Bala surgiu bem antes disso, ainda na infância. Wanderson deixou de ser chamado assim e herdou o apelido do pai, que era chamado de Francisco, também por apelido. Depois disso, por ser bastante agitado quando criança, o apelido "Bala" virou complemento da assinatura que ele leva aos gramados.

- Eles chamavam meu pai de Francisco, um nome que não é o do meu pai. Daí quando eu nasci, os amigos do meu pai falara: "Nasceu o Chiquinho". Chico, Chico, Chico, aí quando eu fui crescendo eu ganhei o Bala. Desde pequeno, eu só fazia as coisas correndo para a minha mãe. Eu acabava quebrando algumas coisas, compras, ovos no meio da rua. E assim foi ficando o apelido, e até hoje eu carrego comigo - citou o lateral.



Trajetória por clubes no Nordeste
Depois de começar no futebol pelo São José, em 2014, Chico Bala conseguiu passar por alguns clubes, como Moto Club, Maranhão, Horizonte, Fluminense-BA e Juventude Samas. Em 2021, conseguiu chegar pela primeira vez ao futebol piauiense.

Chegada ao Colorado
No 4 de Julho, o atleta ganhou destaque pelo estilo de jogo e pela descontração. Após desembarcar no Colorado, Chico não escondeu a admiração pelo clube por conta da oportunidade de disputar competições nacionais.

- Essa minha vinda para o 4 de Julho foi muito boa. Apesar de não termos conseguido nos classificar para a final do Campeonato Piauiense, mas a gente conseguiu conquistar grandes feitos que eu nunca pensei que iria conseguir na minha vida. Então, fiquei muito feliz pela repercussão que se deu por conta do meu nome, do meu futebol, e com o 4 de Julho, com os meus companheiros. Isso mostra que nós estamos no caminho certo - finalizou.

Feitos pelo Gavião ??
Este ano, Chico disputou também o Campeonato Piauiense e a Copa do Nordeste pelo 4 de Julho. No estadual, o atleta conseguiu auxiliar a equipe a ficar na terceira posição na classificação. Apesar de ter ficado de fora das finais, com o terceiro lugar, o Colorado garantiu uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro de 2022. Além disso, o jogador esteve no time que conseguiu eliminar Confiança, Cuiabá e que está disputando a terceira fase do mata-mata da Copa do Brasil contra o São Paulo.

Com o foco na 4ª Divisão do Brasileiro um pouco mais de lado, o Colorado vai tentar se manter focado para o jogo da volta contra o Tricolor, em São Paulo. Em Teresina, a primeira partida entre as equipes terminou em 3 a 2 para o clube piauiense. Caso o jogo de volta termine empatado, o 4 de Julho avança. Em caso de derrota por um gol de diferença, a decisão segue para os pênaltis.



São Paulo e 4 de Julho fazem o jogo de volta na próxima terça-feira, às 19h (de Brasília), no Morumbi.

São Paulo, 4 de Julho, Copa do Brasil

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