A torcida são-paulina e o conspiracionismo contra a CBF
É notória a rejeição da torcida do São Paulo à Confederação Brasileira de Futebol, em função do atrito que a Diretoria do clube tem tido com a entidade nos últimos anos. Não é raro ver são-paulinos inclusive torcendo contra a seleção brasileira por conta disso.
Quando se fala no assunto é comum condenar-se a torcida são-paulina e até mesmo a Diretoria, por adotar um comportamento conspiracionista, condenando a CBF por tudo que acontece com o clube.
De fato, os torcedores, de modo geral, tem reações passionais, afinal de contas, a emoção é um ingrediente constante no futebol. Este Blog sempre teve aversão a conspiracionismos, que via de regra, servem apenas para mascarar erros de gestão da diretoria.
Contudo, a CBF tem feito considerável esforço para comprovar que não se trata de nenhum conspiracionismo.
Deixemos o assunto Morumbi na Copa de 2014 (já exaustivamente debatido) de lado, para analisar 2 questões mais recentes envolvendo a CBF e o SPFC.
1. Caso Oscar
Após a vitória tricolor no caso Oscar, o clube requereu a modifcacão do registro do jogador na CBF, afinal de contas, o contrato com o SPFC (que precede o contrato com o Inter) voltou a valer. E se o jogador tem contrato com o clube, tem direito a registra-lo como seu atleta.
Pois bem, o clube comunicou a CBF assim que o acórdão foi disponibilizado. Mas a entidade alegou que aguardaria a publicacão – o que é correto.
Contudo, mesmo após a publicacão da decisão, no dia 17 de fevereiro, a CBF continua sem alterar o registro do atleta.
Segundo o repórter Wellington Campos, a Confederação só vai tratar do assunto se for comunicada por oficial de justiça, o que, sob o aspecto jurídico, não tem o menor cabimento.
Se o TRT já julgou o caso e já publicou a decisão, a mesma já produz efeitos. Desde o dia 17, Oscar passou a ser jogador do SPFC. Mesmo que se considere que o contrato com o Inter continue em vigor, um jogador não pode atuar tendo contrato com 2 clubes ao mesmo tempo.
A má vontade é evidente. Para piorar, Wellington Campos ainda afirma que a CBF só mudará o registro do atleta se a Justiça assim determinar. Caso contrário, a Confederação ignorará solenemente o que o Poder Judiciário decidiu.
2. Liberação de Lucas para o clássico
Por conta do jogo da seleção brasileira contra a Bósnia, Lucas não foi liberado para jogar contra o Palmeiras.
Andres Sanches justificou dizendo que o SPFC não havia feito um pedido formal, e que, por isso, o atleta não foi liberado.
Contudo, a história é outra. Segundo Adalberto Batista o clube não chegou a fazer um pedido formal justamente porque a CBF já havia afirmado que não liberaria o atleta:
“Foi feita uma consulta informal ao Departamento de Seleções da CBF no dia em que o Lucas foi convocado. Perguntamos se o Lucas poderia viajar no domingo à noite. Nos foi dito que não, porque só seriam liberados atletas envolvidos em jogos decisivos.”
A decisão, por si só, já seria injusta. Mas torna-se ainda mais absurda quando a mesma CBF libera o zagueiro Dedé, do Vasco, para atuar na final da Taça Guanabara, no mesmo dia e na mesma hora do jogo entre SPFC e Palmeiras.
Foi necessário Leão soltar o verbo, aumentando a repercussão em torno do caso, para que a CBF liberasse o jogador.
Ao que parece, a torcida são-paulina tem motivos para esse ‘conspiracionismo’…