Rogério Ceni não é um mito porque ele joga no time que eu torço. Ele é um mito porque recusou propostas do exterior e há 19 anos é um torcedor dentro das quatro linhas.
Rogério Ceni não é um mito por ser um batedor de faltas. Ele é um mito por saber jogar com os pés, como muitos jogadores de linhas não fazem. É mais um líbero que um goleiro.
Rogério Ceni não é um mito porque é odiado pelos rivais. Ele é um mito porque é amado pelos tricolores, e quem o acha inferior a qualquer outro goleiro que já jogou nesse país, é porque não teve um Rogério Ceni embaixo das traves de seu time.
Rogério Ceni não é um mito porque não jogou muito na seleção. Mas é um mito por enfrentar, até hoje, a CBF e sua péssima administração, tendenciosa e formadora de panelinhas.
Rogério Ceni não é um mito porque não dá respostas vazias aos repórteres. Ele é um mito porque sempre tem o que falar, e apesar de não ter um curso superior, é sempre chamado de jogador “acima da média” pelas suas entrevistas.
Rogério Ceni não é um mito pelo gol 100°que fez contra a GALINHADA. Mas também pelos outros 99 que teve início no ano de 1997 contra o União São João, em Araras. Desses 55 de falta e 44 de pênalti.
Rogério Ceni não é mito pelos milagres que faz hoje. Mas sim, pelas defesas que fez durante seus 19 anos de São Paulo Futebol Clube. Defesas como na falta magistralmente cobrada pelo Steven Gerrard , craque do Liverpool, no ângulo, na final do Mundial Interclubes em 2005.
Rogério Ceni não é um mito apenas pelo que faz no gol. Mas é um mito pelo que demonstra em campo, a dedicação, o carinho e o amor à camisa, como pouco se vê hoje em dia. É um líder dentro de campo que nunca se abate, nunca deixa o adversário se vangloriar. Falha, mas sempre tentando acertar. É um verdadeiro são paulino dentro de campo.
Rogério Ceni pode não ser o maior goleiro da história. Mas é o maior jogador da história do meu time. E para mim, isso já basta. Obrigado mito Rogério Ceni pelos 100 gols e pelos 19 anos de dedicação ao clube mais vitorioso desse país, com apenas 75 anos de idade.
Meu tio, santista fanático, teve a honra de ver Pelé em campo. Amigos flamenguistas na faixa dos 30 tiveram a alegria de ver Zico brilhar com a camisa rubro-negra. Não conheço algum palmeirense que tenha visto Ademir da Guia jogando no Palestra. Eu tenho a sorte de ver esse tipo de jogador no meu time, o maior jogador da história do meu time, o ídolo máximo, eu vejo Rogério Ceni jogar. Dia 27 de março de 2011, um dia histórico para quem gosta de futebol, ainda mais, para quem é são paulino, como eu.
