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João Sorrisão e a idiotização do futebol brasileiro


É melhor fazer um gol e comemorar dando tiros?

É melhor fazer um gol e num ataque de “modéstia” sair berrando “eu sou foda”?

É melhor fazer um gol e chutar a placa de publicidade?

É melhor fazer um gol e retesar os músculos num rito de ódio e rancor?

Para alguns pode ser.

Para outros, Viola é rei. Um pioneiro na arte de festejar a bola na rede. Sempre rindo, divertindo e com criatividade.

Eis que, numa reunião de pauta do Esporte Espetacular, aparece uma ideia dali, outro colabora daqui e decidimos fazer um convite aos artilheiros durante algumas rodadas do Brasileirão.

Que tal fazer um gol e comemorar igual ao João Sorrisão?

Mas qual a razão?

Desde que nasceu, o João Sorrisão é objeto de desejo de todos os atletas que participaram do Desafio Espetacular. Ele é personagem do quadro, auxiliando na tarefa do atleta. “Chute no Cantinho”, tendo que acertar no João no pé da trave. “Saque no tênis”, lá está o João no meio da quadra para ser alvejado. “Nade com o João”, Cesar Cielo e amigos vendo quem chega primeiro carregando o boneco. “Cesta de longe”, turma do basquete precisava acertar do meio da quadra, tendo o mascote do programa pela frente.

Então, por que não presentear os filhos e sobrinhos dos atletas com o João Sorrisão? Escolhemos a série A do Brasileirão e convidamos os jogadores. Para entrar no clima dos boleiros, encomendamos ao grupo “Os Havaianos” um funk da promoção.

Virou febre.

No primeiro fim de semana, oito jogadores adotaram a brincadeira e comemoram balançando-se, sem medo de ser feliz. No twitter, João Sorrisão virou “trending topics”. Até um perfil do boneco criaram. Mas é fake! Muitos marketeiros elogiaram a iniciativa, citando o termo da moda, “buzz”, para dizer que o Esporte Espetacular ficou na boca do povo.

Tudo em nome do bom humor.

Afinal, futebol, antes de tudo, é diversão.

Entretanto, nem todo mundo gostou. Ainda bem. Democracia é a arte de conviver com o diferente, de respeitar a opinião alheia, mesmo que ela seja diametralmente oposta.

O pobrezinho do João levou nota zero, foi acusado de artífice de um pensamento único diabólico totalitário e, para mágoa de seus criadores, levou um pito do colunista Tutty Vasquez, do Estado de São Paulo. Logo Tutty, que tem fãs por toda a equipe do Esporte Espetacular. Tutty escreveu que “há muito tempo a TV Globo não inventava nada tão chato nas transmissões esportivas”.

Fonte: Estado de São Paulo
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