Fifa afirma que os russos, que sediarão o Mundial de 2018, estão mais adiantados que o Brasil
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As críticas à preparação brasileira para a Copa de 2014 feitas pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, durante evento na Rússia, repercutiu nos meios de comunicação ao redor do mundo, gerando reação de pessoas envolvidas com o evento no Brasil.
Na sexta-feira passada, o dirigente da Fifa afirmou que os russos, que sediarão o Mundial de 2018, estão mais adiantados que os brasileiros. “Não há aeroportos, estádios, nem sistemas de transportes prontos”, disparou Valcke sobre a organização para 2014.
As reclamações não são inéditas. Em abril, o presidente da federação internacional, Joseph Blatter, já havia dito que o Brasil estava atrás da África do Sul, tomando como referência o estágio das obras quando faltavam três anos para a Copa de 2010.
Nem no Brasil o assunto é ignorado. A presidente Dilma Rousseff cobrou em maio a aceleração das obras de mobilidade urbana, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, recentemente puxou a orelha de governadores e prefeitos dizendo que alguns deles estão usando as exigências da Fifa como “muleta” para justificar a demora dos preparativos.
Apesar de concordar que os governantes acordaram tarde para a urgência das obras, o diretor de comunicação do Portal 2014, Rodrigo Prada, afirma que a própria Fifa tem sua parcela de responsabilidade nos atrasos para o Mundial brasileiro. "Valcke tem e não tem razão", afirmou Prada à reportagem da “AFP”.
“Testemunhamos reclamações de arquitetos que disseram que a Fifa exigiu até a semana passada mudanças nos projetos dos estádios”, diz Prada. “Este é um motivo dos atrasos.”
“Não há um único membro da Fifa instalado no Brasil responsável por acompanhar o ritmo dos trabalhos. Então é difícil sabermos em que Valcke baseia suas análises.”
Membros da Fifa virão ao Brasil em julho para o sorteio das Eliminatórias da Copa e, só então, devem rodar as 12 cidades-sede para avaliar os preparativos. Também em julho deve ocorrer reunião entre os arquitetos e a entidade para, enfim, encerrar a série de alterações nos projetos das arenas.
A respeito das obras nos estádios, Prada afirma que, à exceção de São Paulo e Natal, todas estão em andamento. "Não se pode negar que existem atrasos nas obras de infraestrutura, mas há que ser mais objetivo ao analisar a questão. O maior problema é que os estádios estão na fase de fundações. É difícil explicar para as pessoas que um empreendimento está em construção quando não há nada para se ver. A análise de Valcke é enviesada," afirma Prada.
Ao rebater as críticas do secretário da Fifa, o ministro Orlando Silva garantiu que ao menos sete das doze arenas estarão prontas para a Copa das Confederações. O evento ocorre em junho de 2013 e serve como ensaio-geral da infraestrutura para o Mundial de 2014.
