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Passados 52 anos da morte do revolucionário ativista, as mortes de João Pedro e Miguel, no Brasil, e George Floyd, nos EUA, e a revolta em torno delas mostram que o desejo de Luther King ainda está distante. Mas jamais será silenciado. O menino nascido na periferia de Memphis, EUA, fez do seu sonho um grito que, até os dias atuais, mobiliza milhões de negros em busca de igualdade.
Negro, periférico, nascido em São Paulo, Danilo das Neves Pinheiro viveu, desde os primeiros dias de vida, a opressão comum ao povo de pele preta. Sem muitas opções, buscou no futebol a esperança para não fazer parte da estatística que aponta que 75% dos mais pobres no Brasil são pretos.
Virou Tchê Tchê, um meio-campo rápido, que usou a habilidade com as pernas para superar a barreira social e homenagear quem lhe deu poder de fala: Martin Luther King.
"Vim de uma origem muito humilde. Sei o que é ser negro, o que é entrar no shopping e as pessoas olharem tipo: o que ele está fazendo aqui? Muitas vezes o direito de sonhar nos é tirado. Porque quando a gente é criança, a gente planeja, tem vários sonhos, mas ao meu ver, o que é vendido é que não temos essa condição."
"Hoje, temos o privilégio de ser uma voz no nosso país e ser alguém que as pessoas se espelham. Essas tatuagens eu fiz quando estava na Ucrânia. Se não me engano, depois de alguma situação que acabei sofrendo lá."
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O posicionamento de Tchê Tchê diante das causas do movimento negro é algo raro, mas não inédito. Ídolo máximo do Atlético Mineiro, o ex-atacante Reinaldo também buscou no movimento negro americano a inspiração para se posicionar em campo.
"Comecei a comemorar os gols com o punho cerrado. Era uma alusão ao movimento Black Power dos Panteras Negras, dos pretos norte-americanos. Eu queria dar maior visibilidade a esse movimento aqui no Brasil, onde existe um racismo covarde, um racismo velado. Tanto na sociedade, como no esporte."
O racismo covarde, apontado por Reinaldo, é o responsável por perseguir atletas e técnicos negros depois de seus posicionamentos a favor da luta antirracista. Foi assim com ele, assim como com Paulo Cezar Caju, Lula Pereira, Tinga, Cristóvão Borges, Aranha... Silenciamento que ultrapassa os campos de futebol.
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São Paulo, tchê Tchê. racismo, esporte, igualdade
Virou ídolo.
Racismo não somos todos iguais perante Deus
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