Após vestir a camisa 10 pela primeira vez na Seleção Brasileira, o meio-campista Oscar celebrou a atuação destacada na vitória por 3 a 1 diante da Dinamarca, neste sábado, na Imtech Arena, em Hamburgo. O jogador participou ativamente da partida, com passe para o segundo gol brasileiro e roubada de bola no terceiro.
"Queria fazer um belo jogo pela Seleção. Foi a primeira vez que eu comecei com o Mano como titular. Sabia que teria essa oportunidade e queria ajudar o time a sair com essa vitória", afirmou o meio-campista, que também distribuiu passes e comandou o meio-de-campo.
A recuperação de Oscar é ainda mais comemorada por causa dos problemas que teve no início desta temporada. Uma briga judicial envolvendo o São Paulo o impediu de jogar por quase dois meses no Internacional. Os clubes ainda conversam por um acordo e ele acredita em desfecho positivo. "São Paulo e Inter já estão conversando e o mais importante é eu não parar de jogar novamente", afirmou o meia.
O meio-campista teria o caso julgado na manhã de quarta no Tribunal Superior do Trabalho TST, mas os advogados do atleta pediram que a audiência fosse transferida para duas semanas, alegando que um acordo é iminente entre os clubes. Os ministros do TST concordaram e irão marcar uma data.
Com a solução final encaminhada, Oscar já fala com naturalidade sobre o assunto. "Não só eu passei dificuldade, mas a minha esposa, a minha mãe, o meu empresário. Mas não só essa atuação, a do Internacional quando eu voltei também foi muito boa. A expectativa quando eu estava parado era jogar logo. Queria voltar a jogar e jogar logo", completou.
Entenda o caso
Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no final de 2009, alegando atraso de vencimentos e que também teria sido coagido a emancipar-se e assinar um contrato aos 16 anos, quando ainda era menor de idade. Assim, a renovação do vínculo foi desfeita por decisão da juíza Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta, da 40ª Vara do Trabalho de São Paulo, em 14 de junho de 2010, e Oscar pôde transferir-se à equipe colorada.
A Justiça ainda negaria uma liminar do São Paulo no mês de setembro de 2010, mas o clube apelou. O clube paulista só conseguiu uma vitória contundente em 21 de março de 2012, quando decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do juiz relator Nelson Bueno de Prado, determinou que o contrato do jogador com o clube paulista fosse restabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
No mesmo dia a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) notificou o Internacional de que não poderia contar com Oscar tanto na disputa da Copa Libertadores quando no Campeonato Gaúcho. Ele segue sem atuar profissionalmente desde então. Ainda que a Justiça Trabalhista determine que o meia volte ao São Paulo, Oscar segue treinando em Porto Alegre.
Em meio ao impasse, o Internacional buscou resolver o caso diretamente com o São Paulo. O clube gaúcho se reuniu com dirigentes paulistas e fez uma proposta pelo meia com valores pouco superiores a R$ 7 milhões, mas o clube do Morumbi recusou a oferta, avisando que aceita somente R$ 17 milhões e que pretendia contar com o atleta.
Após dias de dúvida, o TST concedeu no dia 26 de abril um habeas corpus em favor do meia para que ele possa trabalhar onde bem entender enquanto o caso não é julgado de forma definitiva.
Oscar, que pelo Internacional conquistou o título da Copa Libertadores da América de 2010 e a Recopa em 2011, está entre os 52 jogadores pré-convocados por Mano Menezes para a disputa da Olimpíada de Londres com a Seleção Brasileira.
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