Emerson Leão chegou ao São Paulo dia 24 de outubro do ano passado.
Contratado para chacoalhar o elenco, na prática os resultados têm sido diferentes. Se for eliminado pela Ponte Preta nesta quinta-feira, será, em menos de sete meses no comando, o quarto fracasso do treinador, que já caiu na Sul-Americana, não conquistou vaga para a Libertadores deste ano e tropeçou no Santos nas semifinais do Paulistão Chevrolet.

Em desvantagem no placar, já que o Tricolor levou 1 a 0 da Macaca na semana passada, precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para continuar vivo na Copa do Brasil. Caso contrário, além de uma nova desilusão, também viverá o pior momento de sua passagem, correndo risco até de perder o emprego ou mesmo pedir para sair.

A diretoria investiu pesado e foi às compras no início do ano para montar um elenco de qualidade. Por Jadson, por exemplo, gastou R$ 9 milhões, além de 30% dos direitos econômicos de Wellington. Na contratação de Cortez, R$ 7 milhões. O lateral-esquerdo, até agora, é o único dos reforços que vingou e tem sido elogiado por todos.

Com vantagem de poder empatar, a Ponte Preta promete explorar os contra-ataques. O Tricolor aposta no Morumbi, onde só perdeu uma partida na temporada e espera apoio de sua torcida.



– É normal para um visitante vir mais recuado. Você tem de estar atento e sabedor que tudo isso já existiu. Existe a criatividade, movimentação e vamos esperar por elas – analisou Emerson Leão.

– A vantagem deles é relativa e proporcional. Se tivesse marcado o pênalti no fim (Luis Fabiano reclama de lance no Moisés Lucarelli), seria ótimo para nós. Pregamos sempre que nossa casa é o que temos de melhor e temos de superar tudo. Temos tradição e bola para isso, mas não antes do jogo – completou o treinador, que vai manter a mesma equipe do primeiro confronto.

E não é só Leão que pode sofrer em caso de novo tropeço. A diretoria, que já promoveu grande reformulação no elenco no início do ano, pode fazer o mesmo para o Brasileirão. Eliminação nas oitavas da Copa do Brasil acarretaria em algumas saídas e também apressaria chegadas de jogadores. Além disso, mais um semestre sem títulos – a última conquista foi o Nacional de 2008, no fim do ano.

Quem avançar na Copa do Brasil terá o Goiás, que superou o Atlético-MG, pela frente. Ano passado, antes de cair para o Avaí, o Tricolor enfrentou os goianos e venceu as duas partidas. Agora, para Leão respirar, é preciso passar pela Ponte.

AS ÚLTIMAS ELIMINAÇÕES
Sul-Americana
Emerson Leão assumiu o time na manhã de segunda-feira (24 de outubro) e, no fim da tarde, viajou com a delegação para o Paraguai, onde tinha o confronto de volta das oitavas de final da Sul-Americana. O Tricolor havia vencido o Libertad por 1 a 0, no Morumbi, e tinha a vantagem. Mas Leão mexeu na formação, colocou o time para frente perdeu por 2 a 0.

Brasileirão
Emerson Leão assumiu o time na 32 rodada do Brasileiro. A missão era levar a equipe à Libertadores. O objetivo estava até perto de ser alcançado, mas na penúltima rodada, em clássico com o Palmeiras, no Pacaembu, a derrota por 1 a 0 custou caro, já que o rival não tinha grandes pretensões na competição. O Tricolor terminou em sexto, um ponto atrás do Internacional.

Paulistão
O Tricolor fez boa campanha na primeira fase e só perdeu a liderança na última rodada. Nas quartas de final, a equipe passou facilmente pelo Bragantino (4 a 1). No entanto, na semifinal, o time não conseguiu derrotar o Santos. Mesmo com o jogo sendo no Morumbi, o São Paulo perdeu por 3 a 1. Luis Fabiano, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, ficou fora da partida.