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Kaká chega aos 30 longe do auge no Real e como interrogação na Seleção

Sem jogar pelo Brasil desde a última Copa do Mundo e já fora de Londres, ex-são-paulino ainda luta para recuperar futebol que o consagrou no Milan

Kaká com o troféu de melhor jogador do mundo de
2007: ano em alto nível com o Milan (Foto: Reuters)



Ricardo Izecson dos Santos Leite ainda era o Cacá quando surgiu para o futebol no fim dos anos 90. Nascido em Gama, cidade satélite no Distrito Federal, passou por Cuiabá e mudou-se para a megalópole São Paulo ainda na infância. O menino franzino de cabelos lisos deu lugar a um rapaz de 1,86m, que já sobrava em gramados brasileiros desde o início entre os profissionais.

Foi lá que ele despontou com a camisa do Tricolor Paulista - e despertou a paixão de milhares de adolescentes -, fazendo jus à escala no Japão e Coreia do Sul para conquistar uma Copa do Mundo com apenas duas décadas de idade. Foi durante a terceira, no entanto, que Kaká, com k, se consagrou. Alcançou o topo. Levantou inúmeros troféus, sejam eles coletivos ou individuais, como o prêmio de melhor jogador do mundo em 2007. E estagnou, travando longa batalha com problemas físicos. Tudo isso antes mesmo de completar 30 anos neste domingo, dia 22 de abril de 2012.


No sentido horário: Seleção Brasileira, Real Madrid, São Paulo e Milan (Editoria de Arte / Globoesporte.com)

Por ter um estilo de jogo agressivo, baseado em suas arrancadas, não seria exagero dizer que o trintão Kaká se tornou refém de suas condições. A adaptação à “nova fase”, após duas operações no joelho - uma em 2008 e outra em 2010 -, é gradual e também passa pelo aspecto tático. No Milan, o então camisa 22 era a referência, jogava com a liberdade para brilhar em jogos-chave, como contra o Manchester United, pela semifinal da Liga dos Campeões de 2007. No Real Madrid, que investiu € 67 milhões em sua contratação – no que seria a quarta maior da história –, ele luta para recuperar o protagonismo ao lado de amigos e estrelas como o português Cristiano Ronaldo.

Presente e futuro

O técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, ainda acredita que Kaká possa ser útil no futuro. Mais precisamente em dois anos, quando terá 32 na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. No que se refere a curto prazo, porém, o treinador foi claro ao deixá-lo fora da pré-lista de 52 nomes para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres e convocá-lo apenas uma vez depois do Mundial da África do Sul, para os amistosos contra Gabão e Egito, em novembro de 2011. Uma nova lesão, contudo, o afastou do grupo antes mesmo de se apresentar. Por ora, é um ponto de interrogação.

– Kaká pode ser importante ainda para a Copa de 2014. E penso que para isso vai ser muito importante a próxima temporada. Será ela que vai dizer se o Kaká ainda pode ou não disputar uma nova Copa do Mundo pela Seleção Brasileira – disse Mano, em entrevista recente ao “SporTV”.

Se baseado em números, o rendimento na temporada atual é até satisfatório. Apesar de não ser titular com regularidade - ficou no banco de reservas no clássico diante do Barcelona no último sábado inclusive -, o camisa 8 soma oito gols e 12 assistências – cinco delas na Champions, quesito no qual é um dos líderes – em 38 jogos. As estatísticas atestam que Kaká vive sua melhor fase no clube merengue, mas não são o suficiente para empolgar. Prova disso são as constantes opções do técnico José Mourinho em deixá-lo no banco de reservas em detrimento a Higuaín, Di María, Özil e por vezes Granero, dependendo do esquema utilizado.

- Acho que o Kaká ainda será útil ao Real Madrid. Mas não como protagonista, não como melhor do mundo. Espero que ele faça uma boa temporada em 2012/2013, pois tem uma carreira ainda com certa durabilidade. Hoje ele está degraus abaixo de Messi e Cristiano Ronaldo, mas é alguém que, com a qualidade que tem, será importante. E isso vale também para a Seleção. Pelo momento que estamos passando o Kaká é imprescindível. Não tem como abrir mão dele pela experiência, técnica, o peso que carrega ainda assuta. Se o Ronaldinho é importante para o Mano, o Kaká deveria ser ainda mais - disse Lédio Carmona, comentarista do SporTV.


Kaká comemora gol contra a Croácia, pela Copa do Mundo de 2006: retorno à Seleção é incerto (Foto: Getty)

Religião, filhos e drama

As incertezas no âmbito profissional contrastam com a vida pessoal tranquila. Em dezembro de 2010, Kaká pôs um fim em sua relação com a Igreja Renascer em Cristo ao alegar divergências. Desde então, pôde dedicar maior tempo ao filho Luca, nascido em abril de 2008 e fruto do casamento com Carol Celico. Em abril de 2011, foi a vez de Isabella vir ao mundo.

Um acidente ainda na juventude, no entanto, por muito pouco não comprometeu a vida e carreira de Kaká. Em junho de 2000, aos 18 anos, ele fraturou a sexta vértebra em um escorrega num fim de semana prolongado em Caldas Novas-GO. Era das categorias de base do São Paulo e apenas sonhava com o futuro que estava por vir. O meia recuperou-se e acabou chamado para reforçar os profissionais no início de 2001.
– E aí logo depois teve aquele jogo (São Paulo 2 a 1 Botafogo, com dois gols dele) – disse, em entrevista ao "Jornal Nacional".

São Paulo e Milan

É com alta dose de carinho que Kaká guarda na memória o título do Torneio Rio-São Paulo, o seu primeiro profissionalmente pelo Tricolor, praticamente um mês depois de ter estreado. Mas quem dera a passagem ter sido apenas de boas notícias. Kaká também enfrentou o lado oposto, as vaias, os xingamentos, o apelido de "pipoqueiro" quando o time não atravessava boa fase. E acabou vendido ao Milan por um preço muito menor do que se esperava: US$ 8,5 milhões.

Foi questão de tempo para perceber que não foi lá um bom negócio para os são-paulinos. Já presença constante na Seleção Brasileira, Kaká deslanchou na Itália. Gols em clássicos, atuações brilhantes e muitos títulos o colocaram nas graças da torcida rapidamente - e também do presidente Silvio Berlusconi, que considerou a compra por "preço de banana". Depois de uma decepção com a virada na final da Liga dos Campeões de 2005 para o Liverpool, ele finalmente conquistou o continente em 2007. E o mundo, em cima do Boca Juniors. E fez da festa de gala da Fifa, dias depois, uma mera formalidade. Kaká era o melhor. O resto é história.

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