Obtendo vitórias recentes na Justiça Trabalhista, o São Paulo insiste em contar com o retorno de Oscar a seu elenco. O jogador está treinando no Internacional enquanto segue sem condições legais de trabalhar no clube gaúcho, já que teve refeito seu contrato com o time do Morumbi. Para o vice-presidente de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes, o sucesso do clube no âmbito legal serve de exemplo para que contratos sejam respeitados no futebol e fora dele.

"Reafirmo o que a nossa presidente da República disse bastante na semana passada. Contratos precisam ser respeitados. Ela disse isso em Boston ao se referir ao não cumprimento de contratos por parte do governo americano com a Embraer e dizia o seguinte: 'no Brasil a nossa cultura é de respeitar contratos. Nós exigimos que os contratos sejam respeitados'. Acho que isso é algo que fica desse episódio", explicou o dirigente na chegada ao Morumbi para partida contra o Bragantino pelas quartas de final do Campeonato Paulista.

Enquanto isso, o São Paulo reafirma sua vontade de uma conversa pessoal com Oscar, que até o momento só negociou com o clube paulista por meio de advogados. Segundo o dirigente, enquanto o time do Morumbi não se convencer de que o desejo do meia realmente é ficar em Porto Alegre, a rescisão não será discutida.



"A gente gostaria de ter uma conversa pessoal com ele. A gente sabe que há pressões, outros interesses. Enquanto não nos convencermos de que ele não quer voltar para o São Paulo, enquanto não tivermos a oportunidade de mostrá-lo com será bem-vindo, para nós a única hipótese é de voltar. Só pensaremos em uma rescisão no instante em que ele nos declarar que não quer ficar conosco", explicou João Paulo de Jesus Lopes.

"Nós estamos fazendo uma discussão sem pé nem cabeça. Existe um contrato vigente. Da mesma forma que o São Paulo não quisesse o jogador, seria obrigado a sentar coma outra parte e pagar a multa rescisória. Em nenhum momento fomos procurados pelo jogador no sentido de rescindir com o São Paulo. Isso para nós é um sintoma de que há conversa há ser travada", disse o cartola.

Entenda o caso

Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no final de 2009, alegando atraso de vencimentos e que também teria sido coagido a emancipar-se e assinar um contrato aos 16 anos, quando ainda era menor de idade. Assim, a renovação do vínculo foi desfeita por decisão da juíza Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta, da 40ª Vara do Trabalho de São Paulo, em 14 de junho de 2010, e Oscar pôde transferir-se à equipe colorada.

A Justiça ainda negaria uma liminar do São Paulo no mês de setembro de 2010, mas o clube apelou. O clube paulista só conseguiu uma vitória contundente em 21 de março de 2012, quando decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do juiz relator Nelson Bueno de Prado, determinou que o contrato do jogador com o clube paulista fosse restabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

No mesmo dia a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) notificou o Internacional de que não poderia contar com Oscar tanto na disputa da Copa Libertadores quando no Campeonato Gaúcho. Ele segue sem atuar profissionalmente desde então. Ainda que a Justiça Trabalhista determine que o meia volte ao São Paulo, Oscar segue treinando em Porto Alegre.

O TRT determinará nos próximos dias o parecer final sobre o caso. Enquanto isso, o Internacional busca resolver o caso diretamente com o São Paulo. O clube gaúcho se reuniu com dirigentes paulistas e fez uma proposta pelo meia com valores pouco superiores a R$ 7 milhões, mas o clube do Morumbi recusou a oferta, avisando que aceita somente R$ 17 milhões e que pretende contar com o atleta.

Oscar, que pelo Internacional conquistou o título da Copa Libertadores da América de 2010 e a Recopa em 2011, está entre os 52 jogadores convocados por Mano Menezes para a disputa da Olimpíada de Londres com a Seleção Brasileira.