Na contramão de times do interior do país que despontam sustentados por prefeituras, o Bahia de Feira é uma entidade 100% privada. E tem por trás o dono da principal rede de ensino de Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, com 550 mil habitantes.
Será lá, a 107 km de Salvador, nesta quarta-feira, a partir das 21h50, no estádio Joia da Princesa, que o São Paulo iniciará a busca pelas oitavas de final da Copa do Brasil --mais uma etapa para voltar a disputar uma Libertadores após duas temporadas.
"Pode avisar aí que temos uma equipe arrumadinha, atual campeã estadual, e eles vão ter dificuldade, viu?", diz por telefone o dono do clube, Jodilton Souza, pai do presidente e responsável pelo colégio e as duas faculdades que bancam o Bahia local.
Em 2009, o grupo Nobre, que já existe há 32 anos, comprou o time fundado em 1937, mas que estava desativado desde o fim dos anos 1960.
A partir de então, transformou o que havia em empresa. Logo na primeira tentativa, conseguiu o acesso à elite do futebol baiano. Depois de alcançar as semifinais em 2010, desbancou o Bahia tradicional, bateu o Vitória na decisão em pleno Barradão e conquistou o título de 2011.
Segundo Jodilton, o orçamento anual do "Tremendão" (apelido da equipe) não passa de R$ 1 milhão, e a folha salarial do elenco é de R$ 150 mil/mês, sem o treinador.
Seu filho Tiago, o mandatário do clube, tem uma empresa que agencia a carreira de atletas, inclusive do grupo de profissionais, junto com o técnico Arnaldo Lira, que "faz parte do negócio".
A prefeitura não é vista nem como parceira. "Na verdade, a relação é muito complicada. Existe uma preferência pelo Fluminense, que é mais antigo na cidade, e ainda temos de atuar em um estádio municipal, cheio de leis municipais que atrapalham", afirma ele, antes de completar: "Criança não paga, idoso não paga, vereador não paga, deputado não paga... É um inferno aqui. Sem falar no gramado, que é bem ruim".
Jodilton brinca que, na verdade, são tantas taxas exigidas pelo poder público que é o Bahia de Feira quem estaria bancando a prefeitura.
Enquanto isso, o clube tenta fazer jus à raiz escolar, embora seu proprietário também tenha uma casa de shows e uma empresa de outdoors, colocando parte dos cerca de 10 mil estudantes para estagiar dentro da agremiação.
Alunos do último ano dos cursos de fisioterapia, nutrição, psicologia, educação física e serviço social chegam a participar da rotina no CT.
Os jogadores são atendidos no hospital de uma das faculdades, onde aliás o seu diretor-médico trabalha.
E estarão todos na torcida, em meio à carga máxima de 16 mil ingressos já vendidos desde a semana passada. O preço dobrou para R$ 40.
Astro da equipe ignora ordem, mas é blindado
Apesar de contar com o rodado meia Jackson (ex-Palmeiras, Sport e Cruzeiro), que completará 40 anos em julho, o destaque do Bahia de Feira é o atacante João Neto, 27, apadrinhado pela direção após polêmica com o técnico Arnaldo Lira.
No domingo, na derrota por 3 a 2 para o Bahia da capital, fora --o time vencia até os 44min da etapa final--, ele se recusou a ser substituído. Peitou o treinador, pediu para jogar mais. E fez um gol em seguida.
Lira reclamou, ameaçou tirá-lo do jogo de amanhã, mas o dono do clube, Jodilton Souza, diz que não passou de um mal-entendido e que está tudo resolvido.
"João é uma moça, rapaz. É evangélico e jogador de Lira desde o Ferroviário-CE. Vai jogar, normalmente."
O atacante, terceiro artilheiro do Estadual com 12 gols, já se destaca desde o ano passado, quando foi emprestado ao Bahia mais famoso para o Brasileiro.
Retornou, e agora já está acertado com o Vitória. "Só falta assinar", fala Jodilton. O clube é o quarto do Baiano e tirou o Aquidauanense-MS na primeira fase da Copa do Brasil.
Será lá, a 107 km de Salvador, nesta quarta-feira, a partir das 21h50, no estádio Joia da Princesa, que o São Paulo iniciará a busca pelas oitavas de final da Copa do Brasil --mais uma etapa para voltar a disputar uma Libertadores após duas temporadas.
"Pode avisar aí que temos uma equipe arrumadinha, atual campeã estadual, e eles vão ter dificuldade, viu?", diz por telefone o dono do clube, Jodilton Souza, pai do presidente e responsável pelo colégio e as duas faculdades que bancam o Bahia local.
Em 2009, o grupo Nobre, que já existe há 32 anos, comprou o time fundado em 1937, mas que estava desativado desde o fim dos anos 1960.
A partir de então, transformou o que havia em empresa. Logo na primeira tentativa, conseguiu o acesso à elite do futebol baiano. Depois de alcançar as semifinais em 2010, desbancou o Bahia tradicional, bateu o Vitória na decisão em pleno Barradão e conquistou o título de 2011.
Segundo Jodilton, o orçamento anual do "Tremendão" (apelido da equipe) não passa de R$ 1 milhão, e a folha salarial do elenco é de R$ 150 mil/mês, sem o treinador.
Seu filho Tiago, o mandatário do clube, tem uma empresa que agencia a carreira de atletas, inclusive do grupo de profissionais, junto com o técnico Arnaldo Lira, que "faz parte do negócio".
A prefeitura não é vista nem como parceira. "Na verdade, a relação é muito complicada. Existe uma preferência pelo Fluminense, que é mais antigo na cidade, e ainda temos de atuar em um estádio municipal, cheio de leis municipais que atrapalham", afirma ele, antes de completar: "Criança não paga, idoso não paga, vereador não paga, deputado não paga... É um inferno aqui. Sem falar no gramado, que é bem ruim".
Jodilton brinca que, na verdade, são tantas taxas exigidas pelo poder público que é o Bahia de Feira quem estaria bancando a prefeitura.
Enquanto isso, o clube tenta fazer jus à raiz escolar, embora seu proprietário também tenha uma casa de shows e uma empresa de outdoors, colocando parte dos cerca de 10 mil estudantes para estagiar dentro da agremiação.
Alunos do último ano dos cursos de fisioterapia, nutrição, psicologia, educação física e serviço social chegam a participar da rotina no CT.
Os jogadores são atendidos no hospital de uma das faculdades, onde aliás o seu diretor-médico trabalha.
E estarão todos na torcida, em meio à carga máxima de 16 mil ingressos já vendidos desde a semana passada. O preço dobrou para R$ 40.
Astro da equipe ignora ordem, mas é blindado
Apesar de contar com o rodado meia Jackson (ex-Palmeiras, Sport e Cruzeiro), que completará 40 anos em julho, o destaque do Bahia de Feira é o atacante João Neto, 27, apadrinhado pela direção após polêmica com o técnico Arnaldo Lira.
No domingo, na derrota por 3 a 2 para o Bahia da capital, fora --o time vencia até os 44min da etapa final--, ele se recusou a ser substituído. Peitou o treinador, pediu para jogar mais. E fez um gol em seguida.
Lira reclamou, ameaçou tirá-lo do jogo de amanhã, mas o dono do clube, Jodilton Souza, diz que não passou de um mal-entendido e que está tudo resolvido.
"João é uma moça, rapaz. É evangélico e jogador de Lira desde o Ferroviário-CE. Vai jogar, normalmente."
O atacante, terceiro artilheiro do Estadual com 12 gols, já se destaca desde o ano passado, quando foi emprestado ao Bahia mais famoso para o Brasileiro.
Retornou, e agora já está acertado com o Vitória. "Só falta assinar", fala Jodilton. O clube é o quarto do Baiano e tirou o Aquidauanense-MS na primeira fase da Copa do Brasil.
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