Os desembargadores da 16ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo decidiram por unanimidade, três votos a zero, provimento ao recurso do São Paulo Futebol Clube no caso Oscar. Cabe recurso, mas a chance de Brasília mudar uma decisão unânime é muito pequena.

Não sou expert em Direito, mas uma juíza que dá uma sentença que depois é mudada por 3×0 deveria fazer uma reciclagem. É preciso ser muito ingênuo, ou mal intencionado, para acreditar que um garoto de 16 anos assina um contrato de milhões “coagido”.

Fala sério. Papinho de advogado. Não cola mais. Oscar dançou.

Esta sentença é muito importante para moralizar o futebol. Muitos investidores têm medo de entrar no negócio porque não é seguro. Você compra os direitos de um jogador, passa outro e leva. Muitas vezes contratos não são respeitados. Isso não cabe mais no futebol.

Assinou tem que cumprir. Quer sair? Ótimo, paga a multa rescisória e sai.

No início da Lei Pelé os jogadores alegavam qualquer desculpa e caiam fora. Não funciona mais assim. Os juízes, pelo menos os bons, não aceitam mais isso. Muitos jogadores não pensam no amanhã, mas a conta uma hora vai chegar. Assim como Oscar, David e Rogério ex-Palmeiras também terão de pagar, cedo ou tarde.

Nos Estados Unidos o cara com 16 anos já dirige e responde pelos seus atos. Normal.

Embora a decisão de ontem determine que Oscar volte ao São Paulo, isso não deve rolar. Ninguém é obrigado a trabalhar onde não quer. Não existe escravidão no Brasil. Como diz o Wanderley Nogueira: “Jogador joga onde quer”. É a mais pura verdade.

Acho isso justíssimo, mas cumprindo contrato, sem calote.

Oscar deve continuar jogando pelo Internacional, inclusive Libertadores. Justo. Mas, caso a sentença seja confirmada em Brasília, e essa é a tendência, Oscar terá de pagar a multa rescisória de R$ 9,5 milhões ao clube. Simples. Cai fora e paga a conta.

Parabéns aos desembargadores, chega de malandragem.