Considerado um dos melhores laterais-esquerdos de todos os tempos, Marinho Chagas completou nesta quarta-feira 60 anos de idade. Com passagens marcantes por Botafogo, Fluminense, São Paulo e Seleção Brasileira, o 'Bruxa Loura' ficou conhecido por seus potentes chutes de fora da área e pelas longas madeixas.
Em entrevista ao LANCENET!, Marinho se mostrou bastante orgulhoso de sua carreira e também comentou sobre a postura de alguns atletas brasileiros com a imprensa.
- Quando eu jogava, eu não imaginava que teria tanto sucesso, por isso sempre respeitei a imprensa. Atualmente, muitos jogadores entram em campo com aquele famoso salto alto, não jogam nada e depois não querem dar entrevistas. Na minha época não tinha isso. Alguns jogadores pensam que tudo está em função deles. Depois somem e não sabem o porquê - disse.


Considerado o melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 1974, atuando pela Seleção Brasileira, Marinho lembra com carinho seu início de carreira e afirma que em sua vida, nada foi fácil.
- Apareci para o futebol em 1970 no ABC e quatro anos depois já estava na Seleção Brasileira. Apesar dessa rapidez ao topo, a dificuldade era imensa, já que a concorrência na época era muito maior - analisa.


Com vários times no currículo, o ex-jogador fala de forma bem humorada sobre seus clubes de coração e diz qual é o seu grande ídolo no futebol:
- Não tem como escolher um só. O ABC, por ter me projetado, o Náutico me recebeu muito bem e fui muito feliz em Pernambuco. São Paulo e Fluminense também tenho grande carinho. O Botafogo també um clube que está em meu coração. Ter jogado com a camisa que pertenceu ao mestre Nilton Santos não é para qualquer um. Ele foi um cara que sempre me aconselhou muito e é meu ídolo no futebol. Desejo tudo de bom para ele, por esse momento complicado de saúde.
Lateral com postura ofensiva, Marinho Chagas foi muito criticado em sua época por deixar espaços na defesa. Sem ligar para as críticas e ser um fiel adepto do futebol ofensivo, o 'Bruxa Loura' comentou a derrota do Santos para o Barcelona, por 4 a 0, na final do Mundial de Clubes:
- O que não deu para entender foi o porquê do Santos ter jogado de uma forma tão tímida. Desde a época de Pelé, o Santos se notabilizou por jogar um futebol ofensivo. O curioso é que na Libertadores a equipe jogou de uma forma totalmente diferente, foi bem, mas não foi isso que aconteceu contra o Barcelona. Tinha de ter jogado para atacar.
Questionado sobre qual lateral-esquerdo devia ser melhor observado por Mano Menezes, Marinho foi pontual.
- Acho que um jogador que não é muito falado pela imprensa, mas me agrada bastante é o Julio Cesar, do Grêmio. É um jogador de força e velocidade e que merece uma chance na Seleção Brasileira - finalizou.