Se antes mal o jogador brasileiro despontava em seu clube e já era vendido aos times europeus, agora a valorização do real em relação ao dólar mudou essa trajetória. De acordo com o britânico Financial Times, a alta da moeda tem ajudado a conter a venda desses atletas para o Velho Continente e aumentado o poder de compra dos clubes nacionais.



O texto publicado na capa do jornal afirma que os jovens estão jogando mais tempo em território nacional, enquanto os mais velhos voltam mais cedo para casa. O motivo: recentemente o real atingiu seu valor mais alto em relação ao dólar em 12 anos e se valorizou 35% em relação ao euro e à libra desde 2008.

Isso fez com que times daqui competissem contra gigantes europeus. A negociação Santos x Neymar é um exemplo dessa afirmativa. "O Santos, equipe do grande Pelé, rejeitou uma suposta oferta do Chelsea pela estrela adolescente Neymar oferecendo a ele um sofisticado pacote de compensações que incluem uma renda por direitos de imagem", diz o artigo. Outro exemplo de poder de compra dos clubes brasileiros é a oferta do Corinthians ao argentino Carlito Tévez (Manchester City), no valor de 40 milhões de euros.

Um estudo de uma agência de marketing esportivo constatou que os gastos com novos jogadores no Brasil aumentaram em 63% no ano passado em relação a 2009. Na Europa, esse número caiu em 29%.

O Financial Times também cita jogadores que retornaram ao país depois de jogar em clubes da Europa, como Ronaldo, Luis Fabiano, Ronaldinho e Fred.