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Fifa prospera e clubes afundam





Na Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, a grave situação econômica provoca ruína e rebaixamentos


Há uma semana, a final da Liga dos Campeões da Europa colocou em campo uma fortuna com alguns dos jogadores mais caros do planeta. Alguns dias depois, foi a vez de a Fifa anunciar que nunca em seus 107 anos de história esteve tão rica, com uma reserva superior ao PIB de 19 países. Mas estudos feitos pela Uefa alertam que essa não é a realidade de mais da metade do mundo do futebol europeu.

Pelo menos 52% dos clubes do continente têm dívidas e 20% estão à beira da falência. O lado B do futebol aparentemente sem defeitos da Europa assusta mais ainda diante da crise econômica na Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia. O resultado tem sido a venda de estádios, rebaixamento, jogadores sem salários e até o encerramento de atividades.

Um dos casos que está gerando polêmica é o rebaixamento do Iraklis, time de futebol mais antigo da Grécia. Nesta temporada, terminou em uma colocação modesta. Mas, como não tem como pagar suas dívidas, foi punido com o descenso para a 3ª divisão. A exigência faz parte dos novos regulamentos da Uefa.



A crise econômica afastou os torcedores dos estádios gregos. Nesta temporada, o público diminuiu bastante e a federação local foi obrigada a reduzir pela metade o preço das entradas. Mesmo assim, a presença de público no campeonato desabou.

O governo anunciou nesta semana que colocou à venda o estádio Olímpico, construído para os Jogos de 2004. A prefeitura não tem sequer como pagar pela manutenção do local. E também não encontra compradores. Só o teto do estádio custou na época US$ 200 milhões (R$ 314 milhões).

"Dissemos a todos os clubes do país, principalmente os da 2.ª Divisão, que não esperem mais ajuda do governo", afirmou Panos Bitsaxis, secretário-geral de Esportes da Grécia, durante um evento da Fifa. "Em alguns casos, jogos de divisões inferiores já tiveram de ser cancelados porque os clubes não tinham como pagar despesas de viagens."

Espanha. Na Espanha, com 20% da população desempregada, a situação não é muito diferente. Na 2.ª Divisão, pelo menos cinco times eram patrocinados por empresas de construção. Quando a bolha imobiliária explodiu, há dois anos, essas empresas quebraram. Agora, são os clubes que estão ameaçados.

No total, somam dívida de US$ 800 milhões (R$ 1,2 bilhão) em impostos, com rombo de US$ 4,5 bilhões (R$ 7 bilhões). Um dos resultados da crise foi a disputa entre os clubes da 1.ª Divisão por distribuição mais equilibrada da renda de TV. Hoje, o Barcelona e o Real Madrid ficam com 50% .

O caso do Rayo Vallecano é emblemático. O time conseguiu subir para a 1.ª Divisão neste ano, mas os seus jogadores ficaram quatro meses sem receber salários. Ao final da temporada, o clube se desfez de nove de seus 20 atletas das categorias de base para pagar as contas, incluindo três garotos de apenas 12 anos.

Em Portugal, outro país que pediu socorro ao FMI, o futebol também sofre com a crise. Os três grandes clubes do país, Benfica, Porto e Sporting têm dívida de 772 euros (R$ 1,7 bilhão). Com a queda de salários, a temporada viu 40 mil torcedores a menos.

O Benfica sofreu redução de 32% na renda com bilheteria e o Porto, campeão nacional e da Liga Europa, não conseguiu encher nem metade de seu estádio. Pequenos clubes, como o Portimonense, começam a fechar.

Na Irlanda, também resgatada pelo FMI, o futebol não ficou isento. Alguns dos clubes fecharam as portas, entre eles o Fingal, criado em 2007. Em 2009, chegou à 1ª Divisão e conquistou o título da Copa da Irlanda. Mas ficou sem os empréstimos depois que o banco com o qual trabalhava quebrou. O maior acionista também faliu. Tradicionais times, como o Shelbourne e o Cork City, também foram rebaixados por conta de suas dívidas.

"A partir de 2013, nosso objetivo é ter uma região do mundo onde clubes sabem como vão pagar as contas. Só assim não teremos uma Europa dividida. De um lado com grandes clubes cada vez mais ricos. De outro, times que apenas lutam para sobreviver e sequer pensam em conquistar campeonatos", declarou Gianni Infantini, secretário-geral da Uefa.

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