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Incansável e dedicado: contra o Galo, Ceni chegará aos 100 jogos seguidos

Mesmo com 38 anos, goleiro dribla lesões e suspensões e, na quarta-feira, em Sete Lagoas (MG), alcançará mais uma expressiva marca na carreira

Ceni entra em campo contra o Figueirense
(Foto: Wander Roberto / VIPCOMM)

Uma máquina de colecionar feitos. Com 20 anos de São Paulo, Rogério Ceni já é o maior goleiro artilheiro do mundo (101 gols marcados), o atleta com maior número de jogos na história do Tricolor (978) e mais títulos conquistados pelo time do Morumbi (15). Na próxima quarta-feira, assim que a bola rolar para a partida contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas (MG), pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, o camisa 1 completará o seu centésimo jogo consecutivo.



- Desde 2009, quando sofri aquela grave lesão (fratura no tornozelo esquerdo), não tinha mais nada. Só agora é que torci o tornozelo, mas estou conseguindo jogar. E isso realmente é gratificante, prazeroso, não é fácil você ter uma continuidade tão grande. É bacana para mim e é legal para o torcedor perceber que estou sempre interessado e procurando fazer o meu melhor. O torcedor, sem dúvida nenhuma, é parte desta conquista – disse o goleiro.




 A sequência de 100 jogos teve início no dia 23 de janeiro de 2010, na vitória de 3 a 0 sobre o Rio Claro, no estádio do Morumbi. De lá para cá, Ceni foi fominha. Enfrentou chuva, sol, frio, atuou em times completos e em formações mistas. Viu terminar em pesadelo o sonho da conquista de mais uma Taça Libertadores no ano passado e ainda terminou a temporada amargando uma nona colocação no Campeonato Brasileiro, o que após sete anos consecutivos, tirou o time da principal competição das Américas em 2011. Na atual temporada, viveu uma das maiores alegrias da carreira ao marcar o centésimo gol no clássico contra o Corinthians, em Barueri. (Reveja o gol no vídeo ao lado)
Aos 38 anos, o apetite continua como o de um menino que acabou de começar a carreira. Basta ver que, nas últimas duas semanas, enfrentou 40 horas de fisioterapia para se recuperar de uma torção no tornozelo esquerdo. Tudo para curtir cada momento de uma fantástica carreira que, a cada momento que passa, se aproxima do final. O contrato de Ceni com o Tricolor termina no dia 31 de dezembro de 2012.

E qual seria o segredo de mais uma marca centenária? Com a palavra, o capitão são-paulino, em entrevista exclusiva para o GLOBOESPORTE.COM.

- Acho que a minha disciplina é fundamental. Estou sempre fazendo um trabalho de prevenção contra as lesões. Faço fortalecimento muscular e exercícios específicos para o meu dia a dia. Outra coisa que me ajuda muito é a experiência. Eu sei o dia em que posso forçar a barra em um treino e sei quando devo dosar o ritmo – afirmou.


Rogério Ceni no treino do São Paulo (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)Disciplina nos exercícios e experiência nos treinamentos: os segredos de Rogério Ceni para conseguir ficando atuando por tempo seguido, mesmo com 38 anos de idade (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)

O preparador de goleiros, Haroldo Lamounier, e todos os profissionais do Reffis, que é chefiado pelo fisioterapeuta Luis Rosan, também são apontados como fundamentais pelo capitão tricolor para chegar a tantos jogos seguidos.

- O Rosan, o Hamilton (Tavares, fisiologista) e todas as pessoas do Reffis são muito importantes. Porque além de o São Paulo oferecer um centro de aparelhagem e recuperação de primeira linha, existem profissionais que estão dispostos a te ajudar a todos os momentos, mesmo em horários diferentes, naqueles em que o time não está treinando. São pessoas que não cumprem apenas o seu horário, estão à disposição sempre que você precisa. E o Haroldo, após tanto tempo, é o cara que sabe como estou, como não estou, que trabalho devo fazer – ressaltou.

Após oito anos, Haroldo exalta parceria com o amigo Rogério Ceni


Preparador de goleiros do São Paulo desde 2003, Haroldo Lamounier não se cansa de elogiar Rogério Ceni. Para ele, é difícil ver no futebol de hoje um cara tão determinado em campo.

- Com o Rogério não tem tempo ruim. Faça frio, sol, chuva, enfim, a qualquer situação ele está sempre disposto a trabalhar. É fácil trabalhar com ele. Vê-lo superar os 100 jogos é motivo de muita alegria, mostra que sua dedicação está cada vez mais alta. Ele ainda tem muita lenha para queimar. É o primeiro a entrar em campo e o último a sair. Impressiona porque ele está sempre querendo melhorar - disse Haroldo

Rogério Ceni no treino do São Paulo (Foto: Luiz Pires / VIPCOMM)Rogério Ceni não hesita em apontar o seu preparador, Haroldo Lamounier (à dir.), como um dos grandes responsáveis por estar jogando com tanta frequência e com muita qualidade (Foto: Luiz Pires / VIPCOMM

A parceria é tão grande que Haroldo sabe de olhar quando o camisa 1 está de bom humor, quando vai poder exigir mais no treinamento ou quando precisa conversar mais.

- Depois de tanto tempo trabalhando junto, eu já sei como o Rogério se sente, quando ele está mais disposto. Todos os dias, após os treinos, conversamos pelo menos por meia hora para discutir o que faremos no dia seguinte, quais técnicas podemos incorporar aos treinamentos, afinal o futebol é uma constante evolução.


Haroldo diz que lembra bem quando Ceni sofreu a fratura em 2009, lesão mais grave da carreira do goleiro. Ele conta que fazia questão de incentivá-lo a todos os instantes da recuperação.

- Todos sabemos que ficar fora por tanto tempo não é fácil.  Mas garanto que o Rogério ainda tem muita lenha para queimar - concluiu o preparador de goleiros.

Recordista diz que será um orgulho ser ultrapassado por Rogério Ceni



Sâo Paulo suli (Foto: Divulgação)Suli defendeu o São Paulo entre 1961 e 1967

(Foto: Divulgação / site oficial do São Paulo FC)

Após completar 100 jogos consecutivos, Rogério Ceni necessitará de mais oito partidas para quebrar o recorde da história do clube, que pertence ao também goleiro Suli Cabral Machado, que jogou no Tricolor entre os anos de 1961 e 1967 e que entre os dias 23 de janeiro de 1963 e 24 de janeiro de 1965, disputou 107 duelos seguidos possíveis. A ressalva se dá porque entre os dias 9 e 14 de maio de 1964, o time A do São Paulo, com Suli, estava na Europa para disputar dois amistosos, enquanto a equipe reserva, no dia 10, jogou pelo torneio Rio São-Paulo. E não havia possibilidade de o camisa 1 estar nos dois lugares em tão curto espaço de tempo.

Suli se diz um fã incondicional de Rogério Ceni. Morando na cidade de Rio Grande (RS), não perde um jogo do São Paulo pela televisão e ainda se emociona com a performance do camisa 1.

- Gosto muito do Rogério. Além de um expecional goleiro, ele é um rapaz formal, muito educado. Apesar de o São Paulo ter contado com grandes jogadores na sua história, como Lêonidas da Silva, Bauer, Roberto Dias e outros tantos, o Ceni está se projetando para se tornar o maior ícone da história do clube - afirmou o recordista, em conversa com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM

- Apesar de estar perto de o ver bater meu recorde, ficarei muito honrado, porque ele merece tudo de bom na carreira - emendou Suli.


O ex-goleiro do São Paulo diz ter se emocionado com o centésimo gol de Ceni. Os dois já se encontraram uma vez.

- No dia 14 de maio de 2001, eu, o Rogério e outros goleiros da América do Sul fomos receber uma premiação em Porto Alegre. E ele foi trazido pelo meu amigo e ex-assessor do clube, Walter Lacerda. Ganhamos o troféu Gilmar dos Santos Neves. Até hoje, guardo com muito carinho na minha casa. O São Paulo, como poucos clubes, sabe preservar a história dos seus ex-jogadores. Já cansei de ir a eventos no CT da Barra Funda - lembrou.

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