Carpegiani é o principal responsável pela melhora do São Paulo.
Todos os jogadores rendem mais com ele neste elenco sem lateral-direito, volante de marcação e centroavante com cara de titular até Luís Fabiano estrear.
Eu posso fazer uma bíblia de acertos, na qual incluo o último que está sendo criticado, a troca de Marlos por Luiz Eduardo contra a Lusa.
A Portuguesa ameaçava nos cruzamentos e dava muito espaço para o contragolpe.
Ele deixou Ilisnho, Henrique e Dagoberto, 3 jogadores velozes para o contra-ataque e reforçou a marcação atrás.
Marlos teve várias chances recentemente para resolver o jogo assim e falhou. Era quem devia sair mesmo. Não havia opções no banco. Na defesa de Rogério Ceni, quando estava 1×0, Jean fazia a marcação.
Chega junto! Domingos para mais um são-paulino e protege zaga da Lusa (Foto: Eduardo Viana)
Casemiro e Carlinhos deram muito espaço para os chutes de média diatância porque falham na marcação.
Se ao menos um deles trabalhasse melhor, não aconteceria.
Minha opinião continua sendo a mesma de quando Carpegiani foi contratado.
Cruéis pardais
Há torcedores capazes de entender a parte tática do futebol melhor que alguns jornalistas.
Isso não se aprende em faculdades.
Muitos anos de idas aos jogos e treinos sempre observando desempenhos individuais e coletivos, uma certa frieza para raciocinar a respeito das situações sem se deixar levar pelas emoções dos resultados do time amado, interesse pelos estilos de diferentes países, capacidade de projetar situações das partidas com bastante realismo e o conhecimento da história são alguns requisitos básicos para quem deseja se aprofundar no assunto.
Não adianta ficar em frente a televisão vendo repetições em câmera lenta e ouvindo comentaristas de arbitragem “Zé Regrinhas”, tal qual Tostão definiu, exigindo dos atuais “juízes” decisões diferentes das tomadas por eles quando sopravam o apito.
A prática ensina mais que a teoria. Qualquer pessoa pode aprender..
Quem chama Carpegiani de Professor Pardal erra feio. O horizonte de compreensão futebolística do técnico é mais amplo que o dos críticos.
O clichê de quem ama os comuns e óbvios virou preconceito.
Carpa chega aos clubes praticamente condenado à demissão. O entendidos ficam esperando algo dar errado para culpá-lo.
Sai pra lá! Domingos protege e impede chegada do jovem Henrique (Foto: Miguel Schincariol)
Nenhuma equipe grande comandada por ele tem direito de viver má fase como as de Felipão, Muricy, Mano Menezes ou de qualquer outro grande treinador.
Se o São Paulo, por exemplo, perder da Lusa (o mesmo vale contra o Goiás), ele será responsabilizado.
Não importa a razão.
O trabalho dele no Morumbi é excelente!
Carlinhos Paraíba, encostado, passou a ser útil. Fernandinho melhorou. Dagoberto virou um jogador solidário, objetivo, bem diferente daquele das apresentações patéticas contra o Internacional na Libertadores passada.
A comissão técnica queria Coates e Carpa pediu Rhodolfo, destaque na temporada.
Mesmo sem lateral-direito, volante de marcação e centroavante titular (até a estréia de Luís Fabiano), fez vários testes ao longo do estadual, hora exata para eles, e hoje pode escalar a equipe de formas diferentes.
Mudou o comportamento no elenco.
Trocou a experiente acomodação pela moderna competitividade. A forma antiga de pensar o futebol no CT escalaria Rogério Ceni; Alex S., Miranda, Coates; Jean Rodrigo Souto, Cléber Santana, Rivaldo e Juan, Dagoberto e Fernandão.
Lucas, Casemiro e quem mais saísse da base ficaria na reserva ou seria emprestado. Cotia era inútil, cara e desprezada.
E mais: o São Paulo quebrou o tabu contra o Corinthians.
Nada disso arrancou aplausos dos verdadeiros pardais.
Esqueceram dos méritos do comandante são-paulino..
Quem mandou o treinador dispensar o jogo de aparências na hora de falar com a mídia, cartolas e de mexer na equipe?
Ou preferir os riscos de manter as convicções ao invés do emprego?
Carpegiani é péssimo de política e ótimo para o futebol.
Dagoberto e companheiros comemoram gol que sacramentou a classificação (Foto: Miguel Schincariol)
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