A posição da Fifa em relação ao novo projeto do Morumbi não tem data para ser dada, mas o São Paulo se mantém esperançoso. Os dirigentes vão evitar declarações até que recebam uma resposta, mas nos bastidores os comentários são de que, enfim, o projeto atende às exigências da entidade para receber os jogos da Copa de 2014, incluindo o da abertura.

A cereja do bolo do documento enviado pela GMP, empresa alemã contratada pelo clube, é o fim dos “pontos cegos” que eram estimados em 15 mil lugares na primeira versão enviada à entidade. Para isso, o projeto prevê uma requalificação dos anéis intermediário e inferior.

Em uma explicação mais simples, o andar térreo será extinto, com o intermediário avançando até o campo em todos os setores - a pista de atletismo deixará de existir (ela deve ser construída em outro local para justificar o R$ 1,5 milhão recebido pelo clube da Lei de Incentivo ao Esporte para reformá-la). A princípio, isso aconteceria apenas no setor vermelho.

O atual espaço das arquibancadas também será ampliado para que o Morumbi fique com o número mínimo de lugares (65 mil) exigidos para a abertura. No total, segundo o engenheiro Ralf Amann, da GMP, o estádio ficará com 67.450 assentos, sendo 60 mil pagos e o restante para imprensa e parceiros da Fifa.

O ponto polêmico do projeto são os 2.500 lugares que seriam temporários, localizados atrás dos gols. A alegação é de que isso corresponde a 3% do total e que a Fifa não se colocou contrária à ideia na visita de três comissários a São Paulo em março.

O projeto também prevê o rebaixamento do campo em três metros, o que ajuda a melhorar a visibilidade. Só é possível graças à previsão de canalização do córrego do Antonico, além da construção de três piscinões que resolveriam os problemas de alagamentos na região.

Ainda será feito um túnel subterrâneo para ser usado pela imprensa para o cabeamento da TV Compound até o estádio. A estrutura destinada às unidades móveis das emissoras estará localizada no piso superior da nova Praça Roberto Gomes Pedrosa. Ficará lá também o Comercial Display - área funcional exigida pela Fifa para comercialização de produtos oficiais. A nova formatação do entorno inclui ainda, além de praça com mais de 20 mil metros quadrados, uma estação de trem e de metrô com inauguração em 2012.

A estimativa do clube é gastar aproximadamente R$ 300 milhões para remodelar o Morumbi, sendo que metade desse valor seria proveniente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Prefeitura e o Governo arcariam com os gastos das reformas no entorno do estádio.

O presidente Juvenal Juvêncio passou a semana em Brasília, onde se reuniu com o Ministro dos Esportes, Orlando Silva. Ele está lutando para garantir o Morumbi na Copa.