O São Paulo Futebol Clube ganhou vários títulos importantes nos últimos anos: em 2005, levou a Copa Libertadores de América e o Mundial de Clubes (além do Paulistão) e nos três anos seguintes faturou o Campeonato Brasileiro. Em todos esses elencos, o perfil da maioria do grupo era o mesmo: jogadores com bagagem em clubes medianos, que viam no Tricolor a chance de suas vidas. É claro que houve exceções como Amoroso, Luisão e Adriano mas a espinha dorsal, fora o ídolo maior da história do clube, Rogério Ceni, era composta por atletas coadjuvantes.
E dentro desse perfil, outro fato chamava muito a atenção: a ausência de ‘bad boys’, os chamados jogadores problemáticos. Quando esse perfil foi quebrado, em 2008, com a vinda do próprio Adriano, além de Carlos Alberto e Fábio Santos, a equipe naufragou. Foi necessária a saída dos três jogadores para a arrancada rumo ao tricampeonato nacional.

Mas parece que a diretoria são-paulina não gostou da perda do Brasileirão deste ano. E um dos motivos seria a falta de jogadores mais ‘malandros’ (no bom sentido) no grupo. Só isso para entendermos as contratações do zagueiro André Luiz e do meio-campista Léo Lima.

André chegou a ser levado a um Distrito Policial quando atuava pelo Botafogo e mostrou cartão ao árbitro de um jogo por não concordar com uma infração marcada. Sem falar no seu histórico de brigas e confusões. Já Léo Lima, reconhecidamente um jogador habilidoso, não vem permanecendo muito tempo em um mesmo time, justamente por situações extra-campo.

Pode até ser que tenha faltado uma certa malícia e inconformismo com a derrota no elenco são-paulino no último Campeonato Brasileiro. Mas não vejo na perda de um campeonato, ainda mais esse tão disputado como foi o último Brasileiro, motivo para essa mudança radical no critério de contratações. Critério, reconhecidamente vencedor.