Daniel Alves chegou ao São Paulo em agosto de 2019 contratado pela direção executiva de Raí e trouxe consigo o slogan elevação de patamar ao futebol do tricolor. Sua contratação simbolizou a promessa títulos. A torcida comemorou, encheu estádio e ansiou para assistir o mais bem pago do Brasil (vencimentos de R$ 1,5milhão/mensal) em ação. A diretoria prometeu um planejamento de patrocinadores e investidores para usar a imagem e marketing do jogador para arrecadar fundos, pagar o salário e lucrar. Parecia um sonho mas a relação Dani x SPFC virou pesadelo público.

Nessa matéria iremos relembrar os principais pontos de Daniel Alves no São Paulo: insistência em atuar como meio campo, polêmica do tantan, vencimentos atrasados pelo São Paulo, falta de atitude da diretoria de marketing, promessas feitas pelo clube, trocas de farpas públicas, relação com a torcida e, por fim, a dívida atual. Vamos debater suas declarações ditas durante a conquista do ouro na seleção olímpica em que disse que o tricolor faltou com ele muitas vezes. Entenda melhor o caso e responde: quem está certo?



Elevação de patamar financeiro e futebolístico
Chega Daniel Alves ao São Paulo, o jogador brasileiro com o maior número de título no mundo em atividade, é sinônimo de taça, de conquista. A torcida comemorou antecipadamente sabendo o que significava. O lateral da seleção, vindo do Barcelona, chegava pra acabar com a fila em um elenco recheado de bons nomes e promessa de Cotia.

Pra completar, o sonho ainda ficou maior: o São Paulo prometeu fazer ativações de marketing e campanhas de publicidade com a imagem do jogador, ativando novos produtos e trazendo empresas parceiras. Desta forma, os vencimentos de R$ 1,5 milhões por mês seriam pagos e, talvez, ainda gerassem lucro. Na folha CLT salarial, o SPFC paga R$ 500 ml ao jogador, o restante é dividido entre direitos de imagem e bonificação, a proposta era consistia em ter ativação e sócios torcedores, maior número de venda de ingressos pelo camisa 10 em campo e linhas novas de produtos com seu nome, a ideia era ótima mas exigia uma coisa do SPFC: ação no mercado.

Pandemia, atrasos e paralisação
Daniel Alves atuou por cerca de 8 meses até chegar a pandemia do novo coronavírus e a paralisação no futebol acontecer. Naquele momento, a diretoria conversava com a DAZN por um acordo de marketing envolvendo Daniel Alves, a negociação parou. A Globo atrasou os pagamentos dos clubes pela paralisação dos jogos, os patrocinadores atrasaram os pagamentos por não terem sua marca estampadas, os sócio torcedores cancelaram seus planos e a receita de ingresso e estádio simplesmente zerou. O São Paulo anunciou publicamente que entraria em acordo com os jogadores e pagaria apenas metade dos salários cessando pagamento de direto de imagem. O restante dos pagamentos? Faria acordo para o ano seguinte. O ano seguinte chegou.

Torcida irritada, cobranças e polêmicas
Dani Alves era considerado um engano pelo torcedor, não somente pelos valores, mas por vir ao tricolor e atuar absolutamente como meio campo titular e jamais como lateral direito. A liderança em campo, a vontade, o comportamento profissional, nunca foram questionados, mas o posicionamento severamente atacado. A Era de Fernando Diniz foi marcada por isso. Trocava-se todo o elenco, revezava-se e articulava-se todo mundo, menos Dani e a 10 no meio. Após as eliminações começarem a acontecer, a torcida passou a cobrar e na primeira lesão do jogador, no auge da pandemia, veio a primeira polêmica: a polemica do tantan.

Dani Alves publicou um vídeo em sua casa com amigos fazendo uma festa e tocando tantan. O São Paulo estava em véspera de jogo classificatório e estávamos em isolamento social da pandemia. Ao invés de pedir desculpas, Dani publicou um stories dizendo que se sentia censurado pelos ataques dos são paulinos. Após conversa com a diretoria, o jogador respondeu com atitudes e passou a viajar com a delegação mesmo lesionado para dar apoio ao elenco após fazer uma quarentena de isolamento.

A diretoria não se mexeu, a dívida cresceu e o jogador cobrou publicamente
Sem a DAZN, sem sócios torcedores, sem receita de venda de ingressos, a única maneira da dívida não crescer seria mais atitude da diretoria de marketing e criatividade para criar ações, pequenas ativações que complementasse renda para pagar o jogador. Não foi feito. Daniel Alves acusou publicamente em agosto de 2020 - quando completou um no no clube - a diretoria de Marketing e o processo político demorado para tomarem decisões e ações sobre qualquer coisa.

Daniel Alves disse que se ele tive autonomia e pudesse trabalhar o marketing da forma como ele pensava ser mais correta, jogador e clube não estariam nessa situação.



Errado ou certo, roupa suja se lava em casa
A receita de sucesso virou polêmica e trouxe todos os holofotes para Dani Alves e São Paulo. O torcedor esquece o contrato do jogador que passou um ano recebendo menos da metade do salário prometido e o acusa de tentar ser maior que o clube. A diretoria não agiu no marketing e empurrou o problema para "depois" esquecendo que o "depois" sempre chega com juros e correções e agora acumula mais de R$ 12 milhões em dívidas. O jogador voltou para a lateral, é elogiado pela entrega dentro do clube internamente, foi participativo na conquista do paulistão mas esquece que a roupa suja se lava em casa e erra a fazer críticas públicas.

Na Era Crespo, Dani Alves voltou a atuar como o lateral e se tornou importante para a variação tática de Crespo. Não há o que questionar, Dani Alves também foi peça importante e participou da conquista qe tirou o São Paulo da fila mesmo desfalcando o time na final por lesão. Após de recuperar no Reffis, o jogador pediu autorização ao tricolor para servir a seleção olímpica e conquistou a medalha de ouro sendo elogiado pela imprensa pela liderança.

Mas, um anos depois, (afinal, todo mês de agosto temos uma polêmica de Daniel Alves, não é mesmo?) Daniel Alves volta a cobrar e criticar o São Paulo publicamente.

"O São Paulo falhou muito comigo e era um momento que eu tinha de escolher pelo São Paulo e por defender meu país, e sempre vou representar meu país e por tabela representar o time. As pessoas falam porque não conhecem minha dedicação, entrega e respeito com o São Paulo, sendo que o São Paulo muitas vezes falhou comigo, e eu não falho com o São Paulo. A única coisa que eu quis foi realizar meu sonho de jogar no São Paulo. Quando a torcida foi me receber, e sou muito grato a tudo isso, a única coisa que falei é que nós, juntos, íamos tirar o São Paulo da fila, e nós, dentro do São Paulo, conseguimos tirar o São Paulo da fila. Assim como eu respeito o São Paulo, peço que o São Paulo me respeite, porque tudo que eu faço pelo São Paulo não está ao alcance do que o São Paulo faz por mim. Normalmente, quando você promete as coisas, tem que cumprir. Não pode deixar no ar."