“Se quiser espetáculo, vá ao teatro”.

De político Muricy Ramalho não tem nada. A frase é pesada demais. Principalmente para um treinador que sonha em chegar ao comando da seleção brasileira.

Claro, é preciso entender o contexto. O São Paulo havia acabado de vencer o Náutico, mesmo jogando um futebol de pouca qualidade.

Contente pelo resultado, o treinador destacou a competitividade da equipe e ressaltou que, até o final, o espetáculo vai ficar em segundo plano. Em primeiro lugar está a vitória.

Os times da elite do futebol até podem jogar mal, é resultado da falta de talentos no país. Mas seus comandantes deveriam se esforçar mais para melhorar o nível do jogo.

O treinador de um grande clube tem um compromisso com a história do futebol brasileiro. Não pode agir como se não fosse responsável por nada, dono apenas de um contrato passageiro.

Os mais espertos, pelo menos, lamentam a falta de qualidade e sonham com o espetáculo.

Torcedores e cartolas querem vitórias. Mas o bom futebol continua sendo fundamental. Pelo menos nas entrevistas.

Faltou habilidade ao competente Muricy.