Lucas não jogou bem contra o São Caetano, mas saiu de campo com glórias de melhor em campo, fruto do gol da vitória que marcou. Aberto pela ponta direita, isolou-se do jogo, mas ofereceu a vitória ao São Paulo com um tiro de fora da área, como já havia acontecido nos 3 x 2 sobre o Oeste, quarta-feira.
Em Presidente Prudente, na quarta, Leão disse querer Lucas bem aberto, perto da linha lateral. "Quero ele ainda mais pela direita", afirmou. Ano passado, era diferente. Lucas costumava ser o ponta de lança, o homem que se aproximava do centroavante, vindo pela meia direita, quando o técnico era Carpegiani. Ou o meia de ligação, com Dagoberto e Fernandinho no ataque. Jogava por dentro do campo, onde muita gente acha que ele rende mais. "Eu me sinto perfeitamente à vontade aberto pela direita. A questão é que tenho decidido jogos quando saio de lá e entro em diagonal", diz Lucas. "É isso o que preciso fazer."

Lucas não é Jairzinho. Mas muita gente vê semelhanças nessa discussão sobre o lugar certo para escalá-los. Quando começou no Botafogo, Jairzinho queria vestir a camisa 7, mas ela ainda era de Garrincha. Virou ponta de lança.
Os tempos são diferentes, mas o sistema da moda, o 4-2-3-1 usado por Leão, trouxe de volta essa mistura. Lucas joga aberto pela direita, Fernandinho pela esquerda, Cícero arma, Luís Fabiano é o centroavante. Lucas pode jogar tanto na ponta direita, como sábado, quanto por dentro, como meia. Só não pode ficar parado. Numa posição ou em outra, quando muda de lugar para confundir a defesa, abre o espaço necessário para decidir jogos. É disso que ele precisa.
