A torcida esperava pelos últimos capítulos, mas a diretoria do São Paulo garante que a novela para ter Nilmar vai ser longa.
Na tarde desta terça-feira, o diretor de futebol Adalberto Baptista se reuniu com o empresário Orlando da Hora e o advogado André Ribeiro, representantes do atacante. Em pauta, o salário que o jogador quer receber.
O agente já deixou claro que só a conta bancária de Nilmar interessa para ele. O jogador não estaria disposto a ganhar menos do que no Villarreal (ESP). Porém, a crise financeira do clube espanhol pode se tornar um aliado do São Paulo.
O LANCENET! apurou que já são dois meses de salários atrasados. E o terceiro mês foi pago com cheque pré-datado, uma artimanha do Villarreal para evitar que o atacante pudesse entrar na Justiça contra o clube, algo permitido a partir do terceiro mês sem os vencimentos.
A missão de acalmar o empresário, enlouquecido para dar dinheiro ao cliente, caberia a Adalberto.
Outro assunto a ser definido, nas palavras do vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes, é a forma de captação de recursos.
O “crowdfunding”, esquema de colaboração de pessoas com um mesmo objetivo, foi escolhido. Resta saber se com investidores (que terão retorno financeiro) ou fundo perdido (sem o dinheiro de volta).
– O Nilmar não estava nos nossos planos, mas fomos procurados por um grupo interessado em colocar o jogador no São Paulo e isso nos agradou porque teríamos de colocar pouco recurso. Não vejo uma operação com essa sofisticação ser definida com rapidez, e não temos pressa – assegurou Lopes.
Segundo o vice, o MOP (Meu Próprio Jogador, em português) procurou inicialmente o Villarreal e o clube espanhol deu aval para que Nilmar fosse negociado sob o sistema, inovador no futebol. Mas é fato que os empresários e o São Paulo mantêm contato desde o ano passado e o clube só topou o negócio quando o Villarreal aprovou.
Apesar da cautela da diretoria, Osvaldo, anunciado nesta terça-feira, deve vestir a camisa 17. A 11 segue guardada para Nilmar. Os próximos capítulos serão emocionantes.
João Paulo de Jesus Lopes (vice de futebol do São Paulo, ao LANCE!)
Quando o senhor acha que vai se definir essa contratação?
O quadro é o mesmo, é uma captação de recursos, não temos nenhuma pressa nisso. Há muitos capítulos nesse assunto.
Mas então por que já há tratativas sobre o salário do Nilmar?
Há um tempo atrás tivemos conversas para trazer o jogador, mas os valores, tanto da transação, quanto salariais, se mostraram inviáveis. É preciso superar essa etapa que trata da remuneração do Nilmar com seu agente, senão o negócio não tem sentido.
E o acerto com o Villarreal?
Não houve acerto com o Villarreal. Um grupo consultou o clube e questionou se estavam dispostos a negociar o Nilmar pelo “crowdfunding”. Depois que concordaram, vieram saber se o São Paulo tinha interesse. O grupo pensou em nós. Não foi uma iniciativa do São Paulo.
Haverá retorno financeiro para quem colaborar com o negócio?
Há vários formatos. Pode ser no formato de investimento ou de fundo perdido. Ainda não sei.
Mas a essa altura, esse formato pode já estar definido, pelo nível de conversa dos dois clubes...
Não está.