Em agosto do ano passado, a culpa pelas lesões recorrentes em jogadores como Fernandinho e Carlinhos Paraíba recaiu sobre Riva Carli. Indicado por Paulo César Carpegiani, o ex-preparador físico do São Paulo ganhou fama de durão após implantar trabalhos em até três turnos durante a pré-temporada.
O substituto, José Mário Campeiz, chegou ao clube pouco depois, por influência de Adilson Batista, e segue no Tricolor mesmo após a demissão do treinador. Para ele, o sistema usado por seu antecessor era exagerado.
"Isso (a forma de trabalho) varia conforme o profissional. Eu, sinceramente, acho que não tem necessidade de fazer treinos em três turnos. Não adianta elevar muito a carga e deixar a musculatura tensa, pois no trabalho de velocidade aumenta a chance de lesões. Ainda mais jogando duas vezes por semana", disse Campeiz. "Não posso falar do ano passado, mas são vários fatores que levam à lesão e um deles é o excesso de carga nos exercícios."

Segundo o preparador físico, o calendário apertado não dá o tempo necessário para deixar o elenco em condições e o excesso de jogos impede uma carga de trabalho intensa. "Optamos por aumentar a carga de exercícios gradativamente, mesmo com um tempo de preparação reduzido", disse Campeiz.
Para 2012, ele garante que a equipe, em geral, não teve problemas no retorno das férias. "O grupo é heterogêneo, mas tem muitos jovens e a maioria voltou numa condição além das expectativas", disse ele, lembrando que é preciso um trabalho especial para quem teve lesões recentes, como Luis Fabiano e Fernandinho. "O trabalho com bola é igual para todos, mas alguns exigem mais atenção na musculação."
Em entrevistas, Leão garantiu que abre mão de antecipar o retorno de atletas para ter à disposição só os que estejam 100%. "É melhor se recuperar bem agora do que atuar em um ou dois jogos e voltar para o departamento médico", disse o técnico.