Promovido, Zé Sérgio quer aliar formação de atletas e títulos
De 2003 até bem pouco tempo, Zé Sérgio era o treinador do Sub-17 do São Paulo. Contudo, após a saída de Sérgio Baresi para o Paulista de Jundiaí, foi promovido aos juniores e terá a chance de comandar a equipe tricolor pela primeira vez na Copa São Paulo. Xodó do presidente Juvenal Juvêncio, que o mantém no clube mesmo com poucas conquistas, Zé prioriza outro aspecto para justificar sua continuidade.
"No Sub-17, não se cobra tanto o resultado. É cobrada a formação dos jogadores", conta em entrevista ao Terra depois do último jogo-treino para a Copa São Paulo, na última sexta-feira contra o Sinop-MT, em Cotia. Zé Sérgio pintou da base são-paulina e fez sucesso nos anos 80, justamente quando Juvenal Juvêncio iniciava sua carreira de dirigente do clube. Agora, ele se prepara para outro tipo de cobrança.
"No Sub-20, vai ser cobrado mais o resultado. Não só do jogo, mas a qualidade final do jogador e de todo o grupo. No Sub-17, a preparação é mais individual e você não tira a criatividade dos jogadores. No Sub-20, tem que assimilar tudo isso com o aspecto coletivo", compara. Compreender a diferença entre as duas categorias e conseguir mais resultados são as missões de Zé, que participou da formação de inúmeros jogadores de qualidade que o São Paulo lançou em sua gestão nos juvenis.
Ao todo, hoje o clube tem 11 jogadores que saíram de Cotia no elenco de Emerson Leão e, a despeito da falta de resultados dos profissionais nos últimos dois anos, a transição tem acontecido. "Houve uma fase que você não via jogador com qualidade. Nesses anos, surgiram alguns e podiam ter surgido mais. É falta de oportunidade. A integração agora é grande, o Leão está com a gente e estamos conversando", lembra Zé Sérgio sobre os tempos de Muricy Ramalho, quando poucos jogadores da base surgiram.
O contraste: a falta de títulos
Se consegue bons resultados na formação, o treinador não tem lá muitas taças a exibir para a famosa discussão sobre o que é mais importante na base. Em nove anos, a equipe sub-17 só venceu o Campeonato Paulista da categoria em uma ocasião. Em 2011, Zé Sérgio teve sucesso ao vencer a Copa 2 de Julho, torneio importante disputado na Bahia, mas viu a equipe sequer chegar às quartas de final do Estadual.
Contestado pela campanha ruim no Paulista, sobretudo pela administração de problemas extracampo no elenco juvenil, Zé Sérgio foi promovido aos juniores, também pela relação de confiança com Juvenal, e amenizou um ruído na formação de atletas na base do São Paulo. A ideia é ter treinadores mais jovens para unificar uma só metodologia entre as categorias Sub-14, Sub-15 e Sub-17.
Nessa nova fase, com mais cobranças por resultados, ele já terá pela frente a mais midiática das competições de base, a Copa São Paulo. Apesar de nunca ter participado do torneio como treinador, Zé Sérgio crê na experiência adquirida por ter integrado os planejamentos passados. "Sempre participei nos bastidores, auxiliando", recorda.
"Com a mudança de idade, a maioria dos jogadores sai do Sub-17 e minha participação foi importante. No título de 2010, por exemplo, o Baresi tinha recém-chegado e não conhecia bem, mas era o time do ano anterior", lembra sobre a equipe de Lucas, Casemiro, Bruno Uvini, Lucas Gaúcho e Zé Vítor, que chegaram aos profissionais. Em 2011, o trio Luiz Eduardo, Rodrigo Caio e Henrique Miranda também subiu direto dos juvenis após a Copinha.
Apesar da troca de categoria e de mais atenção aos resultados, ele mantém o raciocínio de que vencer campeonatos é secundário. "Em primeiro lugar, a formação, como a qualidade técnica, a condição física e a postura de um jogador com o perfil do São Paulo. O título é muito importante, mas é a consequência".
Copa SP no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, mostra ao vivo e em vídeo a Copa São Paulo de Futebol Júnior 2012. A partir do dia 4, o portal fará cobertura completa do principal torneio brasileiro de futebol de base, com transmissões de jogos e programas especiais sobre a competição. Os internautas poderão acompanhar até quatro partidas ao vivo por dia, inclusive com jogos simultâneos. O usuário também terá à disposição, no formato on demand, os gols de todos os jogos fornecidos pelo pool de emissoras que cobrem o evento.
A "Copinha", apelido dado à competição, é considerada uma das maiores reveladoras de talentos do futebol brasileiro. Craques como Falcão, Kaká, Raí, Toninho Cerezo, Robinho, Rogério Ceni e Neymar, entre outros, disputaram o torneio, que é organizado pela Federação Paulista de Futebol desde 1987 e chega à 43ª edição em 2012.