Campeã paulista Sub-17 de 2006, aquela geração prometia demais no São Paulo. Tanto que, em 2007 e 2008, fez bonito na Copa São Paulo. Na primeira das edições, avançou até a final e só parou nos pênaltis contra o Cruzeiro de Guilherme. No ano seguinte, perdeu a semifinal para o Figueirense, que também seria campeão. Juninho, reforço confirmado para Emerson Leão em 2012, era um dos destaques.
Por coisas do futebol, poucos jogadores da turma vingaram. Breno saiu da Copa São Paulo 2008 direto para o time de Muricy Ramalho e explodiu no Campeonato Brasileiro. Bruno César rodou um bocado, foi bem no Corinthians e recentemente convocado para a Seleção. Jackson, Aislan, Serginho, Luan, Cazumba, Léo Gonçalves, Tiago e Sérgio Mota, entre outros, não aconteceram.
Juninho, volante com boa chegada à frente, marcação firme e ótimo chute de fora da área, volta ao São Paulo depois de cumprir um empréstimo de dois anos no Los Angeles Galaxy e ser campeão da Major League Soccer, o campeonato americano, em 2011. Foi lá que ele contou com dicas importantes de David Beckham e Landon Donovan para crescer como jogador e conseguir o que seus amigos não tiveram.
"Todo jogador da base crescido no clube sonha com o profissional. Dois anos atrás, infelizmente, não tive a oportunidade de atuar. Mas saí, dei a volta por cima", conta Juninho, que assinou novo contrato de três temporadas com o São Paulo. "Sempre tiveram times fortes, de ponta, e em elencos assim os garotos não têm oportunidade. O Sérgio Mota mesmo é um grande jogador, era uma grande promessa. Não sei o que passou", acrescenta.
Naquela época de base, Juninho precisou superar até problemas cardíacos que lhe deixaram de fora da Copa São Paulo de 2007. "Eu tinha idade de juvenil e já jogava nos juniores, então estava muito corrido. No fim da temporada, o coração estava acelerado, eu tive uma arritmia cardíaca por esse esforço. Continuo fazendo exames, mas nada mais aconteceu".
A experiência nos Estados Unidos e a volta por cima
Junto de Leonardo e Cazumba, Juninho partiu para os Estados Unidos, em 2010, para dois anos de empréstimo. A trajetória inusitada fez com que ele crescesse: "a adaptação no primeiro ano foi muito difícil, por uma grande dificuldade no inglês e porque é um futebol totalmente diferente. No segundo ano já foi mais fácil", conta. Mesmo assim, Juninho atuou em todos os jogos da Major League Soccer.
No início deste ano, ele chegou a fazer pré-temporada e Paulo César Carpegiani, então treinador, solicitou sua permanência. "Meu contrato era de dois anos, então tive que voltar. No segundo ano, adaptado, já foi mais fácil. Joguei todos os jogos no ano, fiz seis gols. Como se diz, acho que fui uma peça importante na equipe", recorda sobre a campanha de título no Galaxy.
O clube americano anunciou interesse na permanência de Juninho, mas o São Paulo solicitou o retorno e propôs o novo contrato. "Também tive sondagens de outros clubes brasileiros e do México. Fiz um bom papel por lá, o povo gostava muito de mim, mas agora tenho que trabalhar por essa oportunidade (no Brasil). É trazer o torcedor para o meu lado", acrescenta.
As dicas e a amizade com a dupla Beckham-Donovan
"O Beckham me ensinava a pensar rápido, a dar um ou dois toques na bola. Aprendi muito com ele por dois anos. O Donovan também tem essa mentalidade", cita Juninho sobre os dois mais badalados jogadores da equipe em que atuava. Mas foi em outro fundamento que Beckham contribuiu mais.
"Ele me pedia para chutar mais. Fiz bastante gol por isso. Foram seis nessa última temporada e todas com chute de fora da área", recorda Juninho. "Ele nunca faltou a um treino, não teve nada de indisciplina. E respeita muito, é muito brincalhão e fazia piadinhas. Mas dentro de campo, bastante responsável", acrescenta sobre Beckham, um dos tutores nesta volta por cima que o coloca no São Paulo em 2012.