
Presidente do São Paulo acredita em protestos de moradores diante de obras no Morumbi
Foto: Reinaldo Marques/Terra
O São Paulo anunciou nesta terça-feira a assinatura de um acordo com a construtora Andrade Gutierrez para reformar o Estádio do Morumbi. No entanto, o atual presidente do clube tricolor, Juvenal Juvêncio, já espera dor de cabeça para cumprir o cronograma - que inclui a cobertura das arquibancadas, a construção de um hotel e de uma arena multiuso nas proximidades do estádio - no prazo de 18 meses. Motivo: a vizinhança.
Ao longo do pronunciamento nesta terça-feira, Juvenal deixou claro que espera problemas com os moradores das proximidades do Morumbi. Como exemplo, ele lembrou a Associação Viva Pacaembu, que defende os moradores das proximidades do estádio homônimo e que critica a quantidade de shows no local.
"O Pacaembu, feito lá nos idos (da década de 40) pelo (ex-prefeito) Prestes Maia, inaugurado pelo Getúlio Vargas", relembrou. "Mas o que ocorreu com o Pacaembu hoje? O Pacaembu ficou refém de alguns moradores, que lá não estavam quando da sua edificação, através de uma ONG representativa de meia dúzia de pessoas, fraudando as expectativas de milhares de cidadãos, despossuídos dos rincões, que para aquele estádio iam para assistir suas pelejas de então aos sábados e aos domingos."
Em discurso inflamado, mas que muitas vezes ganha tom de bom humor, Juvenal lembrou a "deformação" do Pacaembu após a demolição de sua chamada Concha Acústica - localizada ondo hoje se situa o Tobogã.
O são-paulino aproveitou a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), para convocar o que chamou de "resgate histórico" por parte da população. Desta forma, citado do exemplo do Pacaembu, conseguiria levar adiante mais rapidamente as obras no Estádio do Morumbi.
"Não é diferente aqui entre nós do Morumbi. Tem acolá, ali, um morador que se queixa de um evento, de um barulho. Mas a entrada deste estádio neste saguão, os senhores vão verificar: no início da construção deste estádio, existia um córrego chamado Antonico, que passa por baixo deste estádio, e nada mais a não ser mato e arvores. Os cidadãos vieram para cá ungidos pelo estádio. Outro agora não quer barulho depois das 22h. A lei se defasou, de tal sorte que os decibéis permitidos no estádio, nas redondezas são 55 decibéis, quando os decibéis na (Avenida) Giovanni Gronchi são de 70 decibéis", analisou.