Hoje é um grande dia para o São Paulo e toda a nação tricolor, é o septuagésimo sexto aniversário do time do Morumbi! Sim, há 76 anos nascia o São Paulo Futebol Clube, um time vindo de uma fusão que passou por momentos conturbados e renascia esperançosamente atrás de títulos. Vamos rever essa história?
O São Paulo da Floresta foi fundado em 25 de Janeiro de 1930, era o resultado de uma fusão entre o Athleticano Paulistano – que trouxe seus jogadores - e a Associação Atlética das Palmeiras – que trouxe o estádio da Floresta, daí o nome. Os atletas do Athleticano foram campeões de 1929 com um elenco que ostentava nomes como Friedenreich e Araken.

Notaram? Sim, as cores do Tricolor vieram dessa união também, sendo o vermelho e branco do Atlheticano e o preto e branco do Palmeiras, ou seja, vermelho, preto e branco.

Tenham orgulho dos nomes acima! O elenco em questão suou a primeira camisa e levantou a primeira taça. São responsáveis pelo troféu do Campeonato Paulista de 1931 e conquistaram um feito histórico: Final contra o Corinthians, o São Paulo goleia com um placar de 4x1, e a atuação é tão bela que até os torcedores do Coringão levantam e aplaudem o Tricolor.
Isso mesmo, o São Paulo deixa o campo aplaudido pelo seu maior rival.

Tudo caminhava bem para o São Paulo da Floresta, foi vice do Paulistão, vice da Copa Rio-SP, e aos poucos conquistava o seu espaço, mas começou em 1935 a confusão entre os dirigentes com a compra do Palácio Trocadero, no centro de São Paulo. Alguns diretores não estavam contentes com as dívidas do clube e queriam se fundir com o Tietê, largando o São Paulo da Floresta. Os jogadores e a outra parte da diretoria foram contra e permanceram firmes em suas posições. Ainda no mesmo ano, nasce o Tietê – São Paulo... e o Sâo Paulo da Floresta ?
Finalmente, 16 de Dezembro de 1935, 76 anos atrás, 235 sócios se reúnem com a esperança de criar um time colossal. Nasce o São Paulo Futebol Clube, um pequeno clube sem campo, sem sede e sem time. Mas, todos esses sócios tinham no coração a vontade de crescer e ser grande!
De 1935 à 1940, o Tricolor Paulista passa pela fase mais difícil de toda a sua história, o começo de tudo. A diretoria tenta montar o elenco, aparecem nomes como o do goleiro King, um dos maiores defensores que o São Paulo já teve. Em 1938, o time ainda se ajustando goleia o Palmeiras por 6x1 e começa a amedrontar. Nos anos 40 arranca título atrás de título e se consolida como um grande e respeitável time.
Em 1943, o São Paulo faz a moeda cair em pé, quando diziam que para saber qual time venceria o Paulistão bastava jogar uma moeda para o alto: se desse cara, era Palmeiras, se caísse coroa, era Corinthians. Mas, o Tricolor muda toda essa história fincando a moeda em pé durante os anos, 43, 45, 46, 48, 49 – Duas vezes Bicampeão Paulista! O São Paulo vira rival, grandioso, soberano e respeitado.

O São Paulo, até então, treinava e jogava no Canindé que foi comprador pelo clube em 1944. Mas o estádio na Ilha da Madeira não era o suficiente para o gigantesco tricolor e surge daí a ideia de procurar um local maior para o time. Tempos de procura, a diretoria se interessou primeiramente pelo terreno onde hoje é o Parque do Ibirapuera, mas não pôde comprá-lo. Enfim, aparece o terreno no Morumbi, bairro conhecido como Jardim Leonor, não tinha rua, nem casas e era afastado, parecia uma furadas mas a diretoria apostou.

Os anos seguintes foram anos sem dinheiro, a diretoria rebolava entre a construção do estádio e o investimento no time. Em outubro de 1960 acontece o primeiro jogo no Morumbi ainda em obra e o São Paulo faz o primeiro gol que foi de peixinho do jogador Peixinho.
Anos 70, as obras terminam, a diretoria respira e o São Paulo arrebenta com 3 Paulista e o Brasileirão de 1977, após uma verdadeira guerra no Mineirão. Em 1978, durante o Campeonato Paulista, acontece uma das histórias mais tocantes para a nação tricolor: Semifinal contra o Palmeiras, o placar fica em 0x0 e vai para as prorrogações, a torcida do verdão com a vantagem começa a cantar “Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora”, mas eles não esperavam pela falta que viria com a bola alta e toca no ombro de Serginho Chulapa, caindo diretamente no ângulo direito do goleiro Gilmar. A torcida do São Paulo explode em alegria e comemoração, pessoas choravam e gritava e alguns torcedores desmaiaram: Chulapa 1 x 0 Palmeiras.

Década de 1980, entram na história nomes como Dario Pereyra, Oscar, Careca, Muller, etc. Nomes que fazem a diferença e entram para a história sendo 5 vezes campeão Paulista e conquistando o Brasileiro de 1986. Nos anos 80 o São Paulo inaugura o Centro de Treinamento da Barra-Funda e em 1989 entra Raí, ainda reserva e tímido.
Inicia-se a “Era Telê” que tira do banco Raí e aprimora todos os jogadores do elenco com seu conceito de repetição e forte treinamento. O profissionalismo e a competência do Mestre Telê trouxerem ao São Paulo a oportunidade de ir ao Mundial e à Libertadores de 1992. Pois bem, vencemos a Copa Libertadores da América, no dia 17 de Julho de 1992, no Morumbi, de 3x2 nos pênaltis, contra o Newells Old Boys, da Argentina.

Rumo ao Japão! Mundial de Interclubes, final contra o time do Barcelona, jogo difícil. A torcida de pijama acompanha pela TV o São Paulo sofrer um gol no começo do jogo, mas logo Raí empata de barriga. De falta, numa jogada ensaiada com Cafú e Raí, o Tricolor vira o jogo no dia 13 de Dezembro de 1992, em Tokyo e conquista o mundo por 2x1.

Maio no Morumbi, 1993, segunda Libertadores. O São Paulo goleou o Univerdad Católica do Chile por 5x1, surpreendendo até o técnico chileno que em entrevista após a derrota afirmou “São Paulo é um time de mestres, uma equipe iluminada!”. Foi a melhor atuação da “Era Telê” e a primeira vez em 30 anos que um time brasileiro foi bicampeão.