E, convenhamos, Montillo é muito bom jogador, coisa e tal, mas nada que, em tempos normais, levasse um clube a gastar verdadeira fortuna por seu futebol. Nilmar, outro velho sonho de consumo de toas as equipes sem bons centroavantes, é disputado a tapa por muitos clubes. E vejam que ele, veloz e habilidoso, nem anda tão em alta: seu time, o Villareal, perdeu em casa nesta quarta-feira para o Napoli (0 a 2), Nilmar foi substituído pela fraca atuação e verificou-se um recorde negativo- o Villareal não conseguiu um pontinho sequer nesta fase de grupos da Liga dos Campeões.

Não parece que Nilmar esteja vivendo um grande momento.
Toda a contratação é um risco, já se sabe. O caso de Adriano, que custou caro ao Corinthians e só fez um gol no ano, é boa prova disso.
E então, o que fazer? Em minha opinião, a não ser em contratações pontuais (por serem caras), os clubes tem bem à frente de seus narizes, um exemplo marcante e indiscutível: o Barcelona. Já até cansado de tanto ganhar títulos, seus jogadores são, na grande maioria, formados em casa, nas divisões de base.
E se o Barça pode, por que os clubes brasileiros não? Bem o Santos já provou que sim, em várias gerações, desde os tempos de Pelé, passando pela era de Robinho e Diego, revivendo a façanha agora com Neymar, Ganso e outros meninos. O Flamengo tinha até um slogan- “craques fazemos em casa”-, o Corinthians viveu boa fase dos meninos vindos do “terrão”, o São Paulo já colheu bons frutos dos trabalhos em Cotia.
Diante das dificuldades do Mercado- com seus salários exorbitantes para a nossa realidade-, creio que este seja o momento de lançar meninos. Desde que, é claro, sejam escolhidos bons olheiros, competentes e atentos às revelações.
E está na hora de termos na base também técnicos renomados. Se possível, até de ponta. Pois se o futebol é uma empresa, se virou negócio, quanto os clubes poderiam lucrar- e economizar- se não tivessem de entrar em leilões em busca de jogadores que estão longe de lembrar Pelé?
Parece-me que o caminho terá de ser outro. Obrigatoriamente.