A obsessão pela Copa Libertadores é o que move o São Paulo nesta reta final do Campeonato Brasileiro. Diante da missão de voltar ao torneio continental, o time tricolor encontra um adversário disposto a estragar os planos de Emerson Leão. Sem grandes aspirações no torneio, o Palmeiras tenta atrapalhar o objetivo do rival em clássico que será disputado neste domingo, às 17h (de Brasília), no Estádio do Pacaembu.
No sétimo lugar da competição, com 56 pontos, os comandados de Leão encaram o Choque-Rei como uma partida fundamental para alcançar uma vaga na próxima Libertadores, mas o elenco do time alviverde foi estimulado pela diretoria do Palestra Itália, que promete "um bicho do tamanho de dinossauro" em caso de vitória.
"O título ficou longe, mas temos que lutar pela vaga na Libertadores. É o jogo do ano para nós", afirmou o zagueiro Rhodolfo, disposto a evitar a premiação do rival. "Temos que tentar impedi-los de ganhar o bicho extra".
Depois da vitória sobre o Bahia, na rodada passada, o Palmeiras se livrou matematicamente do risco de queda para a segunda divisão. Mas a diretoria atendeu aos anseios da torcida e quer atrapalhar os rivais São Paulo e Corinthians. O presidente Arnaldo Tirone e o vice de futebol Roberto Frizzo confirmaram a intenção de dar um prêmio maior em caso de triunfos contra os adversários das últimas rodadas.

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Um dos líderes do elenco, o volante Marcos Assunção considera importante minimizar as turbulências da temporada com duas vitórias nos clássicos.
"Depois de muito tempo, tivemos uma semana tranquila e queremos terminar o campeonato bem, assim como jogamos bem nas três últimas partidas. Nosso trabalho vai ter que ser feito e, se vai estragar, não é problema nosso. Pensamos no Palmeiras, independentemente de o São Paulo lutar por Libertadores e o Corinthians, pelo título", argumentou.
O São Paulo também terá um clássico na última rodada do Brasileirão, diante do Santos, mas aponta o duelo com o Palmeiras como fundamental para suas pretensões de classificação ao torneio continental.
"Agora, nem penso no Santos, só no vizinho. É ele que vai me possibilitar estar ou não decidindo no último jogo", salientou Emerson Leão, em referência à Academia de Futebol do Palmeiras, que divide muro com o centro de treinamento do São Paulo. "Os matemáticos disseram que, com duas vitórias, não preciso pensar nos outros. Então, não preciso¿, ironizou o técnico, que sabe a importância dos bons resultados e da classificação à Libertadores para se manter no cargo na próxima temporada.
O time do técnico Luiz Felipe Scolari ocupa o 12º lugar no Brasileirão, com 46 pontos, na zona de classificação para a Sul-Americana. Apesar da promessa da diretoria de prêmio, os jogadores alegam que buscarão o resultado positivo independentemente do dinheiro extra.
"Não sei se vai ter, mas temos de pensar que é mais uma partida do Palmeiras e vamos jogar para vencer. Claro que, se tiver, vai ser bem-vindo, mas a motivação é ganhar os jogos. Voltamos a jogar bem e queremos nos manter assim", explicou o atacante Ricardo Bueno, titular nesta reta final de campeonato.
Para o confronto, o Palmeiras tem poucos problemas. Enquanto Marcos segue fora do time, o zagueiro Thiago Heleno não se recuperou de dores nos pés e cederá sua vaga a Henrique.
O São Paulo, por sua vez, não terá um de seus principais jogadores: o meia-atacante Lucas, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, assim como o zagueiro Xandão, que cumpre gancho por ter sido expulso na vitória sobre o América-MG na última rodada. O meio-campista Carlinhos Paraíba é outro desfalque, vetado pelo departamento médico. Na defesa, volta João Filipe, recuperado de dores no pé direito. No meio-campo, sai Jean e retornam Wellington e Denilson, desfalques no último jogo por suspensão. Com isso, Cícero é adiantado para a função de armador, tendo a ajuda de Dagoberto, responsável por constante movimentação para municiar Fernandinho e Luis Fabiano.
