Enquanto o Santos faz malabarismos para manter Neymar jogando pelo clube, o São Paulo aposta no convencional para segurar Lucas, a grande revelação do futebol brasileiro depois do jovem santista. Para a direção tricolor, apenas o contrato firmado por ambas as partes é suficiente para a permanência do camisa 7. Qualquer outra ação seria vista como privilégio, e o clube tem como conduta tratar todos os atletas de maneira igual.
A direção do Peixe criou um departamento de gestão de carreira para Neymar, que cuida de todos os seus compromissos fora de campo, além de fazer aproximação com a imprensa estrangeira. O São Paulo, embora louve a atitude do clube praiano, não faz e nem tem a intenção de fazer algo parecido em relação a Lucas, conforme afirmou ao R7 o diretor de futebol Adalberto Batista.
- A gente não diferencia os jogadores na gestão de suas carreiras. Nós procuramos explorar a imagem coletivamente e em igualdade entre todos. O São Paulo tem um contrato com o Lucas de mais cinco anos, que foi renovado no ano passado.
O São Paulo admite que Lucas é o jogador mais assediado do elenco, mas não teme que o atleta possa se enciumar com o tratamento dado ao colega santista, fazendo com que uma possível saída do clube fosse antecipada por insatisfação do jogador. De acordo com Adalberto, chegam propostas de times da Europa “toda semana”, mas nenhuma a ponto de agradar o clube e o atleta. Por isso, ele assegura que o camisa 7 fica no time em 2012.
- Hoje temos grandes empresas investindo em marketing mais no Brasil do que fora. Clubes médios da Europa não conseguem mais vir buscar jogadores porque até a questão de salários é equivalente por aqui. O Brasil melhorou economicamente e também a visibilidade lá fora. O Lucas joga no São Paulo em 2012.
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente de futebol do São Paulo, também louvou a atitude do Santos. Além disso, o cartola criticou o pensamento de que é preciso ir para a Europa para se tornar conhecido. Lucas é cliente da 9nine, que cuida de seus contratos de patrocínio e tem como dono o ex-jogador Ronaldo, que já deu várias entrevistas afirmando justamente que a Europa é o melhor caminho. Para ele, os interesses da empresa e do clube são conflitantes.
- Claro que é [conflitante], mas é uma coisa que não temos como evitar, porque é uma questão totalmente paralela ao São Paulo. Aí tem que conciliar, o que não é fácil de fazer em torno de uma consciência geral de que é bom ir para a Europa. O que o Santos fez é muito positivo.