
É o que ele tem feito no São Paulo. Nesta sexta-feira, ele iniciou o dia mostrando aos atletas o que eles fizeram de errado na derrota para o Fluminense (1 x 2), no meio da semana. Depois foi para o campo, montou um time titular, explicando o que quer de cada comandado na partida de amanhã diante do Figueirense, em Florianópolis.
Adilson não poderá contar com nove jogadores, além de Luis Fabiano que não foi liberado ainda pelos médicos. Por isso, só deixou cinegrafistas e fotógrafos entrarem no CT da Barra Funda depois que terminou o trabalho tático. “Já posicionei os jogadores”, garantiu o técnico que prefere não dizer quem começará a partida. “É melhor. Obriga o outro lado a pensar e sempre podemos fazer alguma coisa diferente”, falou.
Amanhã, antes de enfrentar o Figueirense, o treinador vai exibir um teipe com uma análise do time catarinense. Ele começou a estudar o grupo dirigido por Jorginho ainda de manhã. “Por isso só fiquei sabendo que o Joel Santana tinha sido demitido pelo Cruzeiro porque vocês me informaram”, disse referindo-se à entrevista coletiva que deu depois do treino.
Adilson Batista é um cara que estuda para deixar sua equipe bem orientada ao encarar um novo oponente. Mas nem sempre este trabalho cuidadoso dá resultados. Porque quem tem que executar o que a cabeça do treinador imaginou são os jogadores. E eles têm deixado o “professor” frustrado.
O São Paulo não vence há cinco partidas. Foram quatro empates e uma derrota. “Eu assumo responsabilidade total por estes resultados”, afirmou no início da entrevista coletiva. Adílson não quer culpar os atletas, embora saiba que eles não andam cumprindo o que foi planejado por ele.
“A gente estuda, marca, orienta, elogia, critica, informa, estuda, posiciona e treina o time. Mas tem uma hora em que o técnico para e aí é com os jogadores em campo”, disse mais para o final da conversa com os jornalistas.
Adilson Batista tenta entender porque sua equipe não executa o que ele pede em momentos críticos. Ele também se mostra intrigado com outra questão: por que o time do São Paulo não joga “ligado” o tempo todo. Desde que chegou, é visível a diferença de ânimo entre o que Adilson mostra ao lado do campo e o que seu time faz dentro das quatro linhas.
O que pode levar o time paulista a brigar novamente pela liderança do Campeonato Brasileiro é esta “sintonia de vontades”. Os são paulinos perderam pontos importantes em casa. Estão em quinto lugar no torneio, com 35 pontos ganhos, 10 vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Marcaram 31 gols e sofreram 25.
Adilson Batista é um cara paciente. “Estou bem tranqüilo em relação ao cargo”, falou quando perguntado sobre a possível demissão se os bons resultados não voltarem. Ele tem certeza que sua equipe ainda vai melhorar, vibrar por mais tempo em campo e errar menos na prática do que foi treinado.