FOI PUNIDO: Bobadilla, do São Paulo, é punido pela Conmebol por caso de xenofobia

O volante Damián Bobadilla, do São Paulo, foi multado pela CONMEBOL devido a um caso de xenofobia envolvendo o zagueiro Miguel Navarro, do Talleres. Na partida realizada no dia 27 de maio, Miguel Navarro alegou ter sido ofendido por Bobadilla, que teria proferido a frase "venezuelano morto de fome". O embate foi parte da sexta rodada da fase de grupos da Libertadores, realizado no Morumbi.

A CONMEBOL impôs uma multa de 15 mil dólares (aproximadamente R$ 83,4 mil na cotação atual) a Bobadilla, por infringir o parágrafo segundo do Artigo 11 do Código Disciplinar da entidade. O volante foi considerado culpado em relação aos itens b), c) e f) do artigo, que tratam de conduta ofensiva, violação das normas de comportamento no esporte e da reputação do futebol e da CONMEBOL.

De acordo com a decisão da entidade, o valor da multa será automaticamente descontado do montante que o São Paulo deve receber da CONMEBOL por direitos de imagem e patrocinadores. Além disso, a CONMEBOL fez uma advertência rigorosa ao jogador. A entidade destacou que qualquer nova infração relacionada a xenofobia poderá resultar em punições mais severas, conforme estipulado no Artigo 27 do mesmo Código Disciplinar, que aborda reincidências.

É importante ressaltar que Bobadilla foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por injúria racial com motivação xenofóbica no dia 11 de junho. Durante a investigação, o atleta paraguaio compareceu à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) e prestou depoimento por cerca de uma hora e meia. A defesa de Bobadilla argumentou que houve uma provocação inicial por parte de Navarro, e que a reação do jogador foi impulsionada pelo calor do momento, sem a intenção de discriminar. Contudo, o delegado Rodrigo Correa Batista insistiu que as evidências coletadas apontavam de forma clara para a autoria da ofensa por parte do volante tricolor.

“Estamos na fase final da investigação. Quando o inquérito for concluído, ele será enviado ao poder judiciário e ao Ministério Público. O promotor tomará ciência de tudo que foi apurado e adotará as medidas pertinentes em um âmbito penal”, explicou o delegado responsável pelo caso.