Alerta vermelho no São Paulo! Relatório expõe rombo financeiro nos bastidores do clube

Um relatório intitulado "Convocados", elaborado pela Galapagos Capital em parceria com a Outfield, traz à tona a situação financeira crítica do São Paulo FC nos últimos anos. Embora a equipe tenha conseguido uma vaga na Libertadores deste ano e esteja competindo na competição, enfrenta sérios problemas financeiros fora das quatro linhas. O estudo, assinado pelo economista Cesar Grafietti, especialista em gestão e finanças esportivas, revela que, apesar de um aumento nas receitas, a situação financeira do clube é marcada por um desequilíbrio significativo.

O aumento de receita, impulsionado principalmente por ganhos comerciais e pela receita oriunda do Estádio do Morumbi, é um ponto positivo. Entretanto, isso é ofuscado pela crescente dívida do clube, resultado de investimentos significativos que se tornaram insustentáveis. Grafietti descreve a condição financeira do São Paulo como "delicada", enfatizando uma espiral de dificuldades que torna o reequilíbrio financeiro uma tarefa desafiadora. O relatório aponta que o clube precisa de uma "solução mais arrojada" para enfrentar esses desafios, embora não especifique quais medidas devem ser tomadas.

O desbalanceamento financeiro reflete-se em um resultado operacional insatisfatório, medido pelo EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização). No caso do São Paulo, o EBITDA despencou de R$ 260 milhões em 2022 para apenas R$ 33 milhões em 2024. Em termos de EBITDA recorrente, o resultado negativo do ano passado foi alarmante, totalizando R$ 61 milhões, mais que o dobro do registrado em 2023, que também apresentou valores negativos, mas inferiores, de R$ 29 milhões. Essa situação ressalta a dependência do clube em relação à venda de jogadores, que tem sido um dos pilares de suas finanças.

Atualmente, a dívida total do São Paulo é estimada em R$ 1,088 bilhão, com R$ 565 milhões classificados como dívidas de curto prazo. Entre 2023 e 2024, houve um crescimento de 33% nessa dívida, enquanto as receitas aumentaram apenas R$ 18,5 milhões, ou 2,5%. O presidente do clube, Julio Casares, enfrenta um cenário de previsões financeiras incertas.

Entre as variações de receitas observadas entre 2023 e 2024, uma das mais significativas foi a queda nos direitos de transmissão, que passaram de R$ 271,9 milhões em 2023 para R$ 239,4 milhões em 2024, representando uma diminuição de 12%. Além disso, as receitas relacionadas à negociação de atletas, que são cruciais para o equilíbrio financeiro do clube, também sofreram uma queda expressiva. O Tricolor arrecadou 26% a menos com a venda de jogadores em 2024 em comparação com o ano anterior. Em 2023, o faturamento foi de R$ 126,5 milhões, enquanto em 2024, caiu para R$ 93,4 milhões.

No entanto, nem tudo são notícias ruins; o São Paulo observou aumentos significativos em algumas fontes de receita. A arrecadação proveniente do estádio cresceu de R$ 45,5 milhões para R$ 73,5 milhões, uma variação positiva de 65%. Outras áreas de receita também mostraram crescimento, como a receita comercial, que aumentou 46%, atingindo R$ 99,1 milhões na última temporada. Além disso, a receita social subiu 23%, alcançando R$ 73 milhões no ano passado.