O delegado Rodrigo Correa Baptista, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), confirmou que Damián Bobadilla, jogador do São Paulo, será intimado a prestar depoimento em relação às acusações de xenofobia feitas por Miguel Navarro, do Talleres. O incidente ocorreu durante uma partida, onde Bobadilla é acusado de ter se dirigido a Navarro com palavras ofensivas, chamando-o de "venezuelano morto de fome".
O depoimento está agendado para a próxima sexta-feira à tarde na delegacia. O delegado revelou que já foram solicitadas imagens da partida ao São Paulo, pois é crucial confrontar as evidências disponíveis com os testemunhos. A investigação já ouviu a vítima, Navarro, que declarou ter escutado a ofensa em espanhol, e duas testemunhas também corroboraram sua versão. Contudo, o árbitro da partida não presenciou o momento da ofensa.
A apuração segue com a expectativa de ouvir Bobadilla, que deve apresentar sua versão dos fatos. O delegado enfatizou a importância da colaboração do jogador para o desenrolar da investigação, alertando que se ele não comparecer, isso poderá agravar sua situação enquanto investigado. A questão é tida como grave, uma vez que xenofobia é considerada um crime de racismo na legislação brasileira.
Bobadilla poderá enfrentar consequências sérias, incluindo a possibilidade de suspensão em competições organizadas pela Conmebol. O crime de injúria racial previsto na legislação brasileira tem uma pena que varia de dois a cinco anos de reclusão, além de ser inafiançável e imprescritível. O delegado ressaltou a necessidade de investigar com rigor, tratando cada detalhe com a seriedade que a situação demanda.
O delegado também mencionou que a ausência de Bobadilla no local durante a ação policial será considerada. Ele deverá explicar sua decisão de deixar o estádio antes de prestar depoimento, o que poderá impactar sua defesa. A Conmebol, por sua vez, já iniciou um processo disciplinar para avaliar a situação e o ocorrido, visando zelar pela integridade do esporte.