VOLTA POR CIMA! Alves vence desafios e brilha no São Paulo após rejeição do Santos
Recordo-me com clareza do dia em que recebi a notícia na escola. Naquela época, as aprovações dos testes saíam online. Eu havia passado na primeira fase e esperava ansiosamente pela lista da segunda. Todos os meus colegas jogavam no Santos, seja no futsal ou no campo, e todos corriam para conferir os resultados. Para eles, a aposentadoria não era uma opção, mas quando olhei a lista, meu coração parou. Meu nome não estava lá. Todos foram aprovados, menos eu. Saí da escola antes que as lágrimas começassem a escorregar pelo meu rosto. Liguei para meu pai e chorei descontroladamente. O resto do dia foi um tormento; mal conseguia ficar na sala de aula, passando de um banheiro a outro para não ser visto chorando. Ao chegar em casa, o abatimento era profundo. Descobri posteriormente que minha rejeição foi devido ao fato de ter sido chamado de 'peladeiro'. Diziam que eu jogava futsal no campo, que não tinha objetividade, e que o meu estilo não se encaixava. Mas, mesmo assim, por mais que isso tenha doído, eu não pensei em desistir. Aquela era a única coisa que eu realmente amava fazer. Foi um processo lento, mas organizei forças a cada dia, tentando provar a mim mesmo que eu era melhor do que diziam. A determinação surgiu de dentro de mim; eu queria mostrar que conseguiria. Mas essa jornada não foi fácil e passei por inúmeras provações, humilhações e até lesões. Meu nome é Matheus Alves e talvez seja o momento de você conhecer minha história. Eu comecei a jogar futsal no Santos aos 7 anos, sendo parte do primeiro time que o clube organizou. Nascido em São Vicente, tive meu primeiro contato com o esporte em escolinhas quando tinha apenas 5 anos, no Tumiaru e no Premiere. Meus treinadores perceberam que eu tinha algo especial e me encaminharam para o Portuários. Após algumas competições regionais, não demorou muito para que o Santos me recrutasse. Fiquei no clube até os 13 anos jogando nas quadras, mas logo após o fracasso no teste, ingressei no São Paulo aos 11 anos. Disputei uma partida de futsal contra o time do treinador Rodrigo Cabral, que estava formando uma equipe no campo. O problema era que eu não tinha condições financeiras para fazer o trajeto até Cotia para os treinos. No início, um colega do Santos, Nicolas, também foi chamado e nossos pais decidiram que eu poderia ir com ele. Meu pai levava comida no carro para que conseguíssemos almoçar durante a viagem. Eu saía da escola mais cedo, mesmo assim, muitas vezes chegava atrasado aos treinos. Fizemos isso durante um ano e meio, mas quando o Nicolas saiu, a situação se complicou. Meus pais passaram a pegar dinheiro emprestado para me levar e até usar carros de amigos. Eles fizeram muitos sacrifícios por mim. Saía da escola ao meio-dia, chegava às 14h para o treino e voltava para casa às 18h30, noite após noite. Meu pai mal comia algo e voltava ao trabalho para conseguir sustentar nossa rotina. Já enfrentamos diversos perrengues, até mesmo sendo forçados a passar a noite em um carro devido a enchentes. Enfrentamos inúmeras dificuldades e humilhações para que eu pudesse chegar onde estou hoje. Quando completei 14 anos, tive a oportunidade de me alojar em Cotia, mas, para isso, necessitei passar por um teste de uma semana. Já atuava pelo São Paulo, mas o teste era um pré-requisito. E, infelizmente, me machuquei no segundo dia. É difícil explicar. Havia mais de 90 meninos, e os jogos eram intensos, todos os dias. Eu joguei bem nos dois primeiros dias, mas ao driblar o goleiro, acabei pisando em meu tornozelo. Naquele momento, pensei que tudo tinha acabado. A pressão era imensa, mas o técnico já me conhecia de antes, então tive alguma sorte. Fui mandado para casa, e esperei ansiosamente por uma ligação, que nunca veio calmamente, enquanto ouvia outras mães comentando as aprovações. Estava angustiado, mas então finalmente o telefone tocou. Ser aprovado era apenas uma etapa inicial. Na época, eu era muito magro e, enquanto eu possuía habilidade, a força dos outros jogadores me deixava em desvantagem. Durante as divisões, fui reserva até o sub-15, quando o novo técnico Menta me deu a camisa 10. Estava claro que ali eu poderia brilhar, mas quando cheguei ao sub-20, aos 18 anos, passei um ano inteiro sem jogar. Aquela fase foi torturante. A pressão acumulava; ligava para os meus pais, confessando a vontade de desistir. Meu pai sempre me encorajava, dizendo: 'Continua, vai dar certo'. E foi durante uma viagem à Itália com a equipe que tudo começou a mudar. Joguei bem em cinco amistosos e percebi que era a chance de me mostrar. Na volta, meu desempenho chamou a atenção dos diretores e acabei me tornando titular no campeonato brasileiro, o que me levou a um caminho de sucesso. Quando iniciei no São Paulo, longe da posição que ocupo hoje, jogava como volante, camisa 5. Ao longo do tempo, fui subindo e jogando como camisa 8, até que com a saída de Boer, que foi para o Santos (o que é irônico), pude mostrar todo meu potencial jogando mais avançado. Sougrande defensor das minhas raízes no futsal: tudo que aprendi no passado, carreguei comigo para o campo. Hoje, estou totalmente focado no São Paulo e tenho certeza de que posso fazer a diferença quando entrar em campo. Se eu conseguir balançar as redes, tenho a intenção de comemorar de uma maneira especial. Daqui a cinco anos, espero estar consolidado no São Paulo, sendo titular e conquistando títulos. E, quem sabe, um dia poderei vestir a tão sonhada camisa 10 do São Paulo, que é o meu maior objetivo.
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Comentários
Comentarios (3)
Antonio Lima
Valorize a sua história e mantenha-se focado no seu trabalho. Paciência, resiliência e humildade são atributos para um grande jogador. Encha de orgulho sua família e a nós torcedores. Sucesso, meu jovem!
joao carlos costa
a vida não é só.de alegria tem tbm as perrengues que as pessoas não sabem o que passamos seja humilde que vc vai ser um.grande homem
Carlos Constantino
Belo aprendizado de vida, mantenha-se humilde sempe
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