POLÊMICA EXTERNA: Árbitro defende decisões em confronto entre Bragantino e São Paulo contra acusações de machismo

O árbitro Juliano José Alves Rodrigues se defendeu das acusações de machismo durante a partida entre Red Bull Bragantino e São Paulo, realizada no dia 15 de outubro pelo Paulistão Feminino. Em uma conversa com o portal ge, Juliano afirmou que sua intenção ao se dirigir à zagueira Stella, do Bragantino, foi apenas de advertir com uma mensagem de controle disciplinar antes de um possível cartão amarelo, e não de ofendê-la.

O lance que gerou protesto ocorreu aos 20 minutos do segundo tempo, quando Juliano disse que “iria pegar” Stella. Ele afirmou que a frase era parte do jargão futebolístico e tinha o intuito de mostrar sua autoridade e disciplina. Stella, por sua vez, declarou ter ouvido o comentário e utilizou um gesto dos braços para sinalizar uma denúncia conforme o protocolo da Federação Paulista para casos de discriminação, mas nada foi feito.

Além disso, Juliano admitiu que também havia advertido verbalmente Aline Milena, jogadora do São Paulo, durante o primeiro tempo, utilizando a frase “apito a hora que eu quiser”. Enquanto Juliano reforça que não houve machismo em suas falas e que a regra foi seguida, a jogadora mencionou que não se pode aceitar esse tipo de atitude em campo, pedindo respeito e um ambiente mais inclusivo no futebol feminino.

Após o jogo, Stella se manifestou nas redes sociais, pedindo que as vozes das jogadoras sejam ouvidas e ressaltando a necessidade de medidas serem tomadas: “Precisamos falar. Não cabe mais nos calarmos, mas, mais do que isso, precisamos ser ouvidas.” A atleta enfatizou a importância da luta contínua das mulheres por respeito e reconhecimento no esporte.

A Federação Paulista de Futebol se posicionou a respeito do ocorrido, afirmando que os relatos das atletas seriam apurados com seriedade e que atitudes preconceituosas não seriam toleradas. Em sua nota oficial, a FPF destacou seu compromisso com um ambiente inclusivo e respeitoso no futebol paulista.

Tanto o Red Bull Bragantino quanto o São Paulo Futebol Clube se uniram em apoio às atletas e repudiaram os atos machistas. O Bragantino declarou que está ao lado de Stella Terra e que espera uma investigação rigorosa sobre o caso, enquanto o São Paulo reafirmou seu apoio ao respeito às jogadoras e à busca por um futebol mais justo e livre de discriminação.