Lucas Moura, um dos organizadores do manifesto contrário ao uso de gramado sintético no futebol, voltou a se manifestar sobre o tema, enfatizando a importância de evitar que as discussões se tornem polarizadas. O jogador, que atua pelo São Paulo e foi titular na recente vitória por 3 a 1 sobre o São Bernardo, explicou que a intenção dos atletas é promover uma reflexão profunda sobre a questão. Moura destacou que sua posição não é um ataque aos clubes que utilizam o campo artificial, como Palmeiras, Botafogo e Athletico-PR.
"Nossa primeira intenção com esse movimento é fazer as pessoas refletirem. Gostaria muito que esse debate não fosse clubista, mas sim para melhorar o futebol brasileiro. Embora existam outros aspectos a serem aprimorados, este é um ponto primordial no momento. Não é nenhum ataque contra quem usa gramado sintético, mas sim uma proposta para discutir um tema muito importante", afirmou o atacante.
Lucas Moura questionou as razões que levaram o gramado sintético a ser considerado uma opção viável no futebol nacional e argumentou que, para que o Brasil evolua no esporte e o torne atrativo para outros mercados, essa não seria a melhor escolha. "Concordo que existem muitos gramados naturais ruins, mas não estamos aqui para retirar o sintético e continuar com gramados de baixa qualidade. O que desejamos é um gramado natural de qualidade. Por que o sintético deve ser a única opção? Com boa vontade, investimento e colaboração de todos, é possível ter um campo de qualidade. Não precisamos de um gramado da Premier League; um campo com nota 6,5 ou 7 já seria um bom começo", disse ele.
Ele também comentou sobre as declarações de Marcos Rocha, lateral do Palmeiras, que afirmou não ter sido consultado sobre o manifesto. Moura evitou gerar polêmica, mas trouxe à tona a lógica da situação. "Sobre o Marcos Rocha, é até uma questão lógica. Não fariam sentido perguntar se ele, que joga em um clube com gramado sintético, gostaria de participar do movimento. Contudo, vi outros jogadores, como Felipe Melo e Dudu, se manifestando. Eles não atacaram o Palmeiras, mas compartilharam suas experiências, sabendo que a dinâmica de jogo muda significativamente em campos sintéticos. Embora não haja comprovação científica sobre lesões, nossa principal preocupação é que o gramado deve ser adequado para todos, sem favorecer qualquer equipe", concluiu Lucas.
O próximo desafio do São Paulo está agendado contra o Novorizontino no Campeonato Paulista, com data a confirmar.