Dívidas milionárias do Botafogo geram desconforto na diretoria do São Paulo

O São Paulo está insatisfeito com a postura do Botafogo em relação às pendências financeiras entre os clubes. Recentemente eliminado nas quartas de final da Conmebol Libertadores, o Tricolor terá o Fogão como adversário na última rodada do Campeonato Brasileiro, uma partida que poderá decidir o título nacional para os cariocas.

A diretoria do São Paulo alega que, a partir das negociações envolvendo os jogadores Lucas Perri e Tchê Tchê, os botafoguenses ainda têm a obrigação de pagar cerca de R$ 8 milhões. Além disso, existe uma dívida mais antiga de R$ 7 milhões, referente à venda do atacante Henrique Almeida, somando um total aproximado de R$ 15 milhões que o clube espera receber.

O incômodo da diretoria são-paulina se intensifica devido à percepção de que o Botafogo atualmente apresenta uma boa saúde financeira, demonstrada pela capacidade de realizar investimentos significativos em contratações, mas que não tem priorizado a resolução de dívidas com os clubes credores, como o São Paulo. Embora o Botafogo tenha sido procurado para comentar o assunto, o clube optou por não se manifestar publicamente. No entanto, fontes internas confirmaram a existência das pendências e que a intenção é regularizar o fluxo de caixa para quitar os débitos.

No mês de abril deste ano, o São Paulo decidiu recorrer à Justiça para exigir o pagamento de R$ 3,7 milhões, referente ao acordo de contratação do volante Tchê Tchê. A negociação, que ocorreu em abril de 2022, foi estabelecida por R$ 4,8 milhões por 70% dos direitos do atleta, com o Botafogo tendo efetuado os primeiros pagamentos, mas posteriormente surgiram descontos nos valores finais devido a um empréstimo de Erison, em fevereiro de 2023.

Além disso, na negociação de Perri, o São Paulo manteve 15% dos direitos econômicos, que foram vendidos ao Lyon, da França, time também sob a administração de Textor. Essa situação levanta questionamentos sobre como o clube carioca está estruturando suas operações financeiras, principalmente no intuito de registrar negociações de forma que favoreçam seu balanço e evitem a transferência de altos valores a clubes credores.

A venda de Perri ao clube francês foi divulgada por um valor de 3,58 milhões de euros (aproximadamente R$ 19,2 milhões na época), o que garantirá ao São Paulo um pagamento de pelo menos R$ 2,8 milhões, embora os tricolores estejam contestando os valores apresentados. Neste domingo, as duas equipes se enfrentam no estádio Nilton Santos, às 16h, em uma partida decisiva para o Campeonato Brasileiro.