A mesma roupa, o mesmo prato no jantar, o mesmo sofá, as mesmas companhias. Entre as duas primeiras finais de Mundial que o São Paulo disputou, a única mudança de uma para a outra foi o adversário. O Milan de Capello era o rival em 1993, uma equipe menos qualificada que o Barcelona 'Dream Team' de Cruyff, derrotado pelo time tricolor de Telê Santana no ano anterior.
Pensando bem, havia outras diferenças. Com a saída do craque Raí, o 10 tricolor passou a ser o ótimo Leonardo. Sem Vitor, Cafu voltaria à lateral direita, abrindo vaga para Dinho no meio-campo. Válber ocupava a vaga de Adílson na zaga central, e André Luiz a de Ronaldo Luís na lateral esquerda. Por fim, Pintado foi para o México e o seu 'clone' Doriva assumiu a cabeça de área.
A equipe pode ter perdido um pouco do jogo vistoso, mas a beleza deu lugar a uma eficiência fora do comum. Três ataques, três gols. Isso em uma defesa formada por Panucci, Baresi, Costacurta e Maldini. Em diversas ocasiões, simplesmente a linha de 4 da seleção italiana.
A confiança da torcida são-paulina na vitória também era maior do que em 1992, justamente porque o time do ano anterior mostrou ser possível derrubar gigantes europeus. A vitória contra o Barça saiu de uma jogada ensaiada que jamais terminara em gol; e o triunfo diante do Milan saiu de uma forma impossível de ser repetida.
Raí, em 1992, e principalmente Müller, em 1993, provaram que a sorte acompanha os bons. Acompanha os campeões mundiais.
Neste sábado (16), a partir das 17h30 (horário de Brasília), no Morumbi e com transmissão pela ESPN no Star+ e também no canal da ESPN no YouTube , os dois estarão em campo enfrentando um combinado do clube italiano. Desta vez, estarei pertinho deles, trabalhando. Não poderei repetir a roupa, nem o prato. Não vai ter sofá, estarei de pé. Mas o espírito e as lembranças de 30 anos atrás permanecem aqui, intactos.
Certamente vai bater saudades do Mestre. Certamente darei uma piscadinha para o céu.
Tricolor paulista venceu a partida por 3 a 2
*** Que saudade dessa época!
Ano após ano fiquei esperando o São Paulo repetir os esquadrões de 92/93. Trinta anos depois, com altos e baixos, o tri de 2005, os Brasileiros do Muricy e tantas coisas… Mas a verdade é que nunca mais vimos de novo aquela máquina de triturar adversários do Mestre Tele!