A janela de transferências no futebol europeu se encerra amanhã e uma das principais negociações até o momento é a do brasileiro Antony, negociado pelo Ajax com o Manchester United por 100 milhões de euros (aproximadamente R$ 520 milhões na cotação atual), valor que para o ídolo holandês Marco Van Basten é exagerado, opinião com a qual José Trajano concorda.

No UOL News Esporte, ao lado de Domitila Becker e Eduardo Tironi, Trajano afirma que Antony ainda não justificou em campo o valor de sua negociação e a entrada para a lista como terceiro jogador brasileiro mais caro de todos os tempos, abaixo apenas de Neymar, na ida do ao PSG, e Philippe Coutinho, quando comprado pelo Barcelona.

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"Não vale, não. Estou com o Van Basten. Joga bem, é um jogador jovem, promissor, foi bem no futebol holandês, mas está há apenas dois anos no futebol europeu. É um risco ainda, será que ele vai dar certo na Premier League? Tem coisa estranha nessa transação, como teve coisa estranha na transação do Philippe Coutinho. Não são jogadores para figurar em uma lista dos jogadores brasileiros mais caros de todos os tempos", diz Trajano.
"Antony custar 100 milhões é muito estranho e o desespero de um time de enorme tradição e história como o Manchester United, que está muito mal há algum tempo, precisa se recuperar, contratou o Casemiro e agora traz o Antony, tenta se reforçar para enfrentar o City, o Liverpool, agora o Arsenal, o Tottenham, todos esses que estão na frente dele. Não estou falando que ele seja um perna de pau, muito pelo contrário, é um bom jogador, mas nem titular da seleção brasileira ele é. Se ele vale 100 milhões, quanto vale um titular da seleção brasileira?", questiona.
Veja o que mais rolou de interessante na opinião dos comentaristas do UOL:
Tironi: 'São Paulo tem obrigação de pagar as dívidas com o elenco'
O São Paulo vai fechar a janela de transferências do futebol europeu com a entrada de R$ 200 milhões no caixa devido às vendas não apenas de peças de seu elenco, mas também as transações de jogadores revelados em suas categorias de base, como Antony e Casemiro. Para Eduardo Tironi, a obrigação da diretoria tricolor é aproveitar a entrada de dinheiro para quitar dívidas.
"Dá para o São Paulo começar o ano de 2023 com a água para baixo do pescoço, é uma situação financeira muito melhor do que o São Paulo viveu nos últimos dois anos, então dá para pagar e eu acho que a obrigação primeira é pagar o elenco, espero que a diretoria do São Paulo faça isso, porque o elenco não pode mais ficar com essa dívida nas costas", opina Tironi.
O Palmeiras perdeu para o Athletico-PR na Arena da Baixada por 1 a 0 em jogo no qual atuou desfalcado de Danilo e Gustavo Scarpa, além de perder Raphael Veiga no início do segundo tempo. Para Tironi, o jogo deixa o alerta de que o elenco atual tem uma disparidade muito grande entre titulares e reservas, o que pode pesar na reta final da temporada.
"É um alerta importantíssimo para o Palmeiras, o elenco dos reservas não está à altura dos titulares, então você perde o Danilo e o Scarpa, claro são dois dos principais jogadores do time, mas você não tem ninguém nem perto desses dois jogadores e no meio do caminho você perde o Veiga, que é o outro meia. A diferença é muito grande e acho que a temporada está começando a cobrar isso agora. Talvez vá precisar de elenco e o Palmeiras não tem", diz Tironi
O Palmeiras segue na liderança do Brasileirão, mas a derrota para o Athletico-PR no primeiro jogo da semifinal da Libertadores e a sequência de partidas sem grandes atuações podem deixar o torcedor preocupado com a manutenção da distância de sete pontos para o Flamengo. Para José Trajano, a perde do título nacional que parecia difícil, agora já se mostra viável.
"Começo a pensar que essa distância que o Palmeiras tem pode realmente ser ameaçada. Na Libertadores, complicou porque perdeu fora, tudo bem, joga em casa, mas complicou. No Brasileiro, do jeito que o Palmeiras está jogando, o que a gente achava praticamente impossível, o Palmeiras perder dois ou três jogos, ou perder um e empatar dois, começo a achar que pode ser verdade", analisa.
Tironi: 'Há alguns jogos o Flamengo não tem sido aquele avassalador'
O gramado do estádio José Amalfitani, em Buenos Aires, é uma preocupação para o Flamengo no primeiro jogo contra o Vélez Sarsfield nas semifinais da Libertadores, mas para Eduardo Tironi, outro fator que chama a atenção nos últimos jogos é a queda no nível do futebol que o time do técnico Dorival Júnior vinha apresentando.
"Há alguns poucos jogos o Flamengo não tem sido o Flamengo avassalador. Ganhou de 3 a 1 do São Paulo no Morumbi, ganhou de 3 a 1 com três chutes no gol e três gols, o São Paulo alvejou o Flamengo 26 vezes durante o jogo, em determinado momento amassou o Flamengo, o Flamengo fez cera no jogo. No jogo contra o Botafogo, jogou com os reservas, também não foi um jogo incrível do Flamengo. Eu acho que o Flamengo, aquela fase exuberante do Flamengo do Dorival parece que já não é tanto assim e hoje tem uma possibilidade de voltar a jogar bem, mas tem muitos obstáculos, sobretudo o gramado que pelas fotos que a gente vê é muito ruim".
Trajano: 'Pedro hoje é mais importante que Gabigol para o Flamengo'
O técnico Dorival Júnior conseguiu reunir a dupla Pedro e Gabigol no ataque, mas enquanto o jogador revelado pelo Fluminense subiu o seu nível e tem sido decisivo a cada jogo que entra, o goleador do time de 2019 passa por um momento de altos e baixos. Para José Trajano, hoje Pedro tem mais importância para o time rubro-negro do que seu companheiro na linha ofensiva.

"Para mim é (mais importante que o Gabigol). Ele tem feito gols, no jogo contra o Botafogo ele entrou e na primeira bola que pegou ele pulou mais que a zaga do Botafogo e deu para o Vidal fazer o gol, com um minuto em campo. Fez aquele gol fundamental de bicicleta outro dia, é um jogador que está resolvendo as coisas, o Gabigol está jogando fora da posição em que jogava, mas não é o mesmo Gabigol artilheiro, ele sai mais e perde muito gol", conclui.
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