Calleri lamenta chance perdida para o São Paulo no jogo contra a Inter de Limeira, pelo Paulistão
Imagem: CAIO HENRIQUE/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Ídolo do São Paulo, Jonathan Calleri teve uma competente passagem pelo Boca Juniors. Nas temporadas 2014 a 2015, o atacante argentino defendeu o clube xeneize por 61 jogos e marcou 23 gols. Sua passagem por Buenos Aires deixou marcas, e até episódios desconhecidos continuam sendo resgatados por companheiros.

Um deles veio anteontem (25) com a entrevista do técnico Rodolfo "Vasco" Arruabarrena. Treinador de Calleri no Boca até a Libertadores de 2015, ele contou um episódio envolvendo o atacante na famosa "noite do gás pimenta", quando o Boca empatava com o River Plate por 0 a 0 no jogo de volta das oitavas de final das Libertadores da América de 2015.

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Na volta do intervalo, os jogadores do River foram atacados pelos torcedores do Boca, que espirraram gás pimenta nos atletas que estavam no túnel de acesso ao gramado. A partida foi suspensa depois de 1h20 de espera, e o River foi decretado ganhador e classificado para seguir na competição da qual terminaria como campeão.
"Vi Calleri com o celular no gramado", disse Arruabarrena ao canal de TV TyC Sports, da Argentina. "Perguntei ao meu auxiliar para saber com quem ele estava falando. E a resposta foi: ele está falando com a mãe dele e pedindo para preparar dois bifes à milanesa para ele jantar."
Calleri tinha então 21 anos, e ele foi reserva naquela partida depois de ser titular no jogo de ida, vencido pelo River por 1 a 0. Na Bombonera, quem saiu jogando no ataque foi o trio Pavón, Osvaldo e Carrizo.
O contato com a mãe no exato momento em que a Argentina se espantava com a agressividade dos torcedores, e a passividade dos jogadores do Boca, que não demonstraram solidariedade aos companheiros feridos do River, causou espanto no país neste final de semana. As redes sociais ferveram de repúdio a Calleri e Arruabarrena pelo episódio.
Foi então que o preparador físico do Boca na época, Gustavo Roberti, esclareceu a situação nas próprias redes. Disse que, sim, teve tal diálogo com Arruabarrena, mas que tudo era uma brincadeira para tentar descontrair em meio ao clima tenso.
Soou como tentativa de pôr panos quentes na situação. Nem Calleri nem Arruabarrena voltaram a tocar no assunto depois da versão de Roberti.
Como foi a 'Noite do Gás Pimenta'
Válido pelas oitavas de final da Libertadores da América de 2015, o clássico argentino entre Boca Juniors e River Plate foi suspenso em 14 de maio depois de torcedores xeneizes terem jogado gás de pimenta no túnel que dá acesso ao gramado.
A equipe da casa entrou primeiro no gramado e, uma imagem feita pelas câmeras das televisões, mostram um torcedor com a camisa do Boca com o braço para dentro da passagem. Assim que os jogadores do River começaram a passar, muitos relataram irritação nos olhos e estavam com manchas vermelhas na pele e nas roupas.
O jogo foi imediatamente interrompido pela arbitragem e, após 1h20, a partida foi suspensa. Durante a interrupção, um drone com o "fantasma da série B" sobrevoou o gramado, causando ainda mais irritação nos jogadores visitantes. O "brinquedo" era uma provocação pelo rebaixamento do River para a segunda divisão em 2011.
Ao tentar voltar para o vestiário, os atletas visitantes precisaram de uma proteção policial para não serem atingidos por garrafas e copos atirados contra o gramado. No momento da interrupção, o confronto estava em 0 a 0, o que classificava o River — que venceu a primeira partida das oitavas por 1 a 0.

A Conmebol se pronunciou sobe o episódio dois dias depois, decretando a vitória do River por 3 a 0 e obrigando o Boca a jogar com portões fechados nas partidas seguintes na Bombonera pela Libertadores.