Raí é ídolo do São Paulo, mas o torcedor tricolor não está feliz com o ex-jogador nos últimos meses. A má fase do clube no Campeonato Brasileiro, somada ao jejum de sete anos sem título, aumentou muito a pressão no Morumbi, algo com o qual o atual dirigente está tentando lidar.
“Um dos grandes aprendizados meus foi tirar a capa de ídolo e me expor como dirigente. Está sendo, além da contribuição que eu estou dando, um grande desafio. Mas eu acho que a carreira que construí não tem como ser destruída”, opinou Raí em entrevista publicada pelo Estado de São Paulo nesta terça-feira.
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O ex-jogador participou da entrega da reforma da Escola Estadual Dr. Sócrates, feita pela Fundação Gol de Letra, organização criada por ele. Durante o evento, admitiu que teve sim medo de perder a idolatria da torcida.
“Posso ser momentaneamente questionado pela paixão que o futebol suscita, mas eu percebo hoje que isso só vai me engrandecer como pessoa. E se algumas manchas na minha imagem do ídolo acontecerem, tudo bem. É uma decisão que tem um impacto grande na vida cotidiana”, afirmou.
O dirigente admitiu também que o São Paulo, tricampeão mundial e hexacampeão brasileiro, se acomodou com as vitórias do passado.
“O Muricy tinha razão, mas há muito tempo o São Paulo já vem buscando o caminho certo. Fomos campeões da Libertadores, do mundo… Enquanto isso todos os outros clubes estavam trabalhando. Tem uma tendência de acomodação depois de uma sucessão de vitórias. Mas o São Paulo já passou faz bastante tempo dessa fase”, disse.
São Paulo: clube-empresa?
Agora nos bastidores, Raí vê com bons olhos o movimento para transformação dos clubes sociais do futebol brasileiro em empresas. O dirigente lembrou, inclusive, que o São Paulo já trabalha nesse sentido.
“Hoje é o caminho, a profissionalização das gestões. E o São Paulo sempre foi um clube de vanguarda, de pioneirismo. O São Paulo já mudou o estatuto há três anos pensando nisso. Também encomendamos estudos. Está nos planos”, disse o dirigente.
“Um dos grandes benefícios é a profissionalização maior da gestão, planejamento melhor de médio e de longo prazo, pensando em explorar tudo que uma marca como o São Paulo pode dar. O Flamengo, mesmo não virando empresa, fez um ótimo trabalho nesse sentido”, comparou.
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