Muricy Ramalho e suas histórias no futebol

Técnico são-paulino é repleto de 'causos' engraçados no São Paulo

Fonte LANCE!

Por Renan Araujo

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O técnico Muricy Ramalho pode ter fama de turrão, nervoso e sério. Na frente das câmeras. Nos bastidores do São Paulo, prestes a conquistar seu terceiro título seguido com o clube, Muricy é um homem repleto de histórias e "causos" divertidos. O LANCENET! selecionou dez, contadas abaixo por pessoas próximas a ele. Vale lembrar que neste domingo é aniversário do técnico: 53 anos. Parabéns, Muricy!

1. MURICY DESLIGADO
"A gente trabalhava no Internacional e morava no mesmo flat em Porto Alegre. O Muricy morava no 12º andar e eu no 6º. Sempre saíamos juntos, íamos aos treinos e voltávamos juntos. Teve um dia que estávamos indo para o treino e o Muricy sempre levava uma pastinha embaixo do braço. Chegamos no treino do Inter e ele abre a pasta e tira dois celulares e o controle da televisão. Estava tão desligado que levou até o controle da TV para o treino. São coisas que o futebol faz com a gente.", diz o auxiliar técnico Tata.

2. CARONA, PARTE I
"O Muricy não tem frescura com esse negócio de carro. Por causa do rodízio, muitas vezes eu dou carona para ele até o treino. E eu tenho uma Saveiro que eu gosto muito. E o Muricy não liga de ir no banco do passageiro, um pouco apertado. Mas, aí, teve um dia que o Fabinho (filho caçula do técnico) resolveu que queria ir ao CT também. E ele é bem "fortinho". Então você imagina três pessoas dentro de uma Saveiro. O Muricy foi reclamando da casa dele até lá com o garoto. Ficou difícil até para trocar as marchas.", brinca Tata.

3. CARONA, PARTE II
Desde que voltou ao São Paulo, no começo de 2006, Muricy Ramalho sempre pega carona após os jogos no Morumbi com o assessor de imprensa Juca Pacheco. Os dois moram próximos ao estádio e o trajeto não dura mais do que cinco minutos. Mesmo assim, dá tempo para um rápido bate-papo. "Não falamos sobre o jogo. Eu comento sobre a entrevista coletiva dele. Digo que não havia necessidade de uma resposta atravessada que ele dá no repórter e tal. Aí, quem toma porrada, sou eu", brinca Pacheco. Mas não há clima ruim entre os dois. A saída de Muricy do carro é sempre igual. "Bom, agora deixa eu ir tomar minha gelada. E a sua? Está na geladeira?", questiona o comandante.

4. CONVERSA COM O ELENCO
"Achei muito legal depois que o time empatou com o Atlético-MG, o Muricy Ramalho reuniu todos os jogadores e fez uma reunião no campo. Foi um momento de cumplicidade. O elenco e a comissão técnica estavam meio mornos naquela altura do campeonato. Houve um comprometimento legal de todo mundo naquele momento, ao ponto de eu considerar um marco nesta nossa trajetória."

5. CHURRASCO E CERVEJA
"O Muricy é um cara muito simples, mas adora um churrasco e agora tomar a cervejinha dele. Ele não é de beber muito. Sabe a hora de parar. Carne? Ele só gosta da melhor. Não ofereça uma ruim, que ele não vai comer. A gente costuma sair bastante. Ele é um cara muito parceiro, não é esta pessoa mal-humorada que todo mundo pensa que ele por causa das entrevistas. A gente dá muita risada junto. Depois, quando a temporada termina, a gente sempre se encontra no Guarujá para caminhar, porque temos casa próximos. Mas a gente só caminha em dezembro, porque chega janeiro e a praia fica lotada."

6. QUASE UM PEDIDO DE DEMISSÃO
Vestiário do Morumbi, após a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG, no Brasileirão de 2007. No caminho até sua sala, Muricy ouviu um dirigente do clube pedindo a outra pessoa o contato do técnico Abel Braga. Muricy ficou furioso. Ameaçou pedir demissão do clube, gritou e pediu um telefone para falar com o presidente Juvenal Juvêncio. Demorou até conseguir. Quando Juvêncio atendeu, Muricy disse: "O senhor quer que eu vá embora? Se quiser, basta falar já, que eu subo agora na entrevista e já aviso que estou saindo." Do outro lado da linha, o presidente respondeu: "Quem manda aqui sou eu e você vai continuar no cargo. E pronto." Muricy demorou mais de uma hora para atender os jornalistas. A partir dali, o São Paulo iniciou sua reação, que garantiu o pentacampeonato.

7. DESABAFO APÓS AS DERROTAS FORA DE CASA
Que Muricy tem problemas para dormir após as partidas noturnas, isso todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é o gesto que o técnico repete sempre após as derrotas do São Paulo fora de casa. Ele "convoca" os auxiliares Tata e Milton Cruz, e o assessor de imprensa Juca Pacheco para irem ao seu quarto tomar cerveja e ouvir os desabafos (leia-se críticas) do comandante. Nem sempre os três vão juntos. Eles se revezam. E sobra para todo mundo, no bombardeio de críticas do treinador. Mas, isso, apenas quando o time vai seguir viagem para a capital no dia seguinte ao tropeço.

8. MEDO DE AVIÃO
Muricy é um técnico experiente, há muitos anos no futebol. Mesmo assim, ele ainda não perdeu o medo de avião. Em todas as viagens do São Paulo, ele vai na poltrona do corredor. Ao seu lado dele, sempre ficam sentados os auxiliares Milton Cruz e Tata. Dormir? Nem pensar! O técnico reza, fica suado, abre uma revista, fecha a revista, vai ao banheiro... Só relaxa quando o avião volta para o solo.

9. ANDARILHO
Muricy Ramalho é um homem muito regrado. Várias vezes por semana ele faz uma hora de caminhada. Ora nos gramados do CT, ora dentro do Reffis. Até mesmo quando o São Paulo viaja para outro país, como na época da Libertadores, Muricy não perde o seu ritual. Mas, neste caso, ele vai na sala de musculação dos hotéis. Como tem problemas no joelho, sempre após o esforço físico Muricy coloca as duas pernas em um balde com gelo. Segundo os fisioterapeutas, para melhorar a recuperação.

10. SEMPRE DE CARA FECHADA
O comandante não muda o seu jeito. No último domingo, após a vitória sobre o Vasco, no vestiário, ele não estava relaxado. "Eu olhei o Muricy, depois de uma vitória linda daquela, e ele de cara fechada. Achei até engraçado e comecei a dar risada, porque era hora de extravasar. Aí, ele virou pra mim e perguntou: 'Tá rindo de quê?' Continuei dando risada", disse o segurança Marcos Roberto, há 11 anos "defendendo" o Tricolor.

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