Após prêmio e seleção, Richarlyson cai no ostracismo no São Paulo

Um dos poucos jogadores do elenco que pode ser tricampeão nacional, o meio-campista vem sendo pouco aproveitado pelo técnico e evita até a imprensa

Fonte Pelé.Net

Por Thiago dos Reis

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Há quase um ano, ele era apontado como um dos principais jogadores do futebol nacional, ganhava o prêmio de melhor volante do Campeonato Brasileiro e era convocado pela primeira vez para a seleção. Agora, o meio-campista Richarlyson foi para a reserva e vem sendo pouco aproveitado pelo técnico Muricy Ramalho.

Um dos seis jogadores do atual elenco são-paulino que pode se sagrar tricampeão brasileiro este ano, ao lado de André Dias, Miranda, Rogério Ceni, Junior e Bosco, Richarlyson foi titular do time apenas nas cinco primeiras partidas do segundo turno, entrando poucos minutos em outras cinco. Jean ganhou sua vaga no time.

Richarlyson, que ganhou fama no time por ser polivalente, não entra na equipe nem mesmo quando algum jogador de sua posição fica suspenso ou contundido. Ele, que além de volante já atuou de zagueiro, caiu de produção no início do ano quando foi para a lateral-esquerda, posição que acabou sendo convocado por Dunga. Mas nem a volta para o meio campo o ajudou em uma possível reabilitação.

Uma explicação sobre o motivo dessa queda ninguém vai ouvir do jogador, pelo menos nessa reta final de temporada. Isso porque ele vem evitando a imprensa nas últimas semanas. O camisa 20 inclusive chegou a aceitar uma entrevista com a reportagem do Pelé.Net , mas desistiu na última hora. A recusa também aconteceu com outros veículos.

Esse pode ser o fundo do poço de um ano que começou muito bom para o jogador. Como ele próprio definiu, a convocação para a seleção brasileira no início de 2008 para o amistoso contra a Irlanda coroou sua "ascensão meteórica". "Não tenho que olhar para trás, preciso apenas desfrutar desse momento maravilhoso", afirmou.

Melhor volante do Nacional de 2007, ao lado do então parceiro Hernanes, Richarlyson teve pouco tempo de paz este ano. Logo a cobrança da torcida, o que já tinha acontecido no início de sua passagem pelo clube, voltou e as vaias apareceram. "Nem Jesus agradou a todos, então não tenho como agradar. O meu objetivo é agradar o presidente, que é quem me paga, depois o Muricy", disse na época.

Mas não foi assim que aconteceu. Ele continuou caindo de produção e o caminho foi a reserva. Mesmo não sendo direcionado para o parceiro, o zagueiro André Dias explicou o que pode estar acontecendo com o jogador. "Ninguém tem cadeira cativa do time. Se não está rendendo, o Muricy acaba trocando porque vai ter alguém a altura para substituir."

Conselhos dos companheiros
Se o próprio Richarlyson não quer falar sobre o momento que está passando, seus companheiros de time não têm esse problema, principalmente na hora de apoiá-lo. "Nenhum jogador consegue se manter em boa forma técnica 100% do tempo, todos têm seus altos e baixos. É isso que está acontecendo com ele", disse o zagueiro André Dias.

O defensor, que foi reserva no time na maior parte do tempo, mas conseguiu se firmar como titular esse ano, garante que Ricky - como é chamado no time - está trabalhando para se recuperar. "Ele está bem. Quando a torcida o vaiava, não falava nada. Ele sabe da sua importância dentro do nosso grupo", explicou.

Dagoberto, outro que demorou um tempo para se destacar entre os titulares, apontou o caminho para a volta por cima: trabalho duro. "Em qualquer emprego, em qualquer lugar, você precisa sempre trabalhar duro e dar o seu máximo. Todos encontram receios no caminho, mas essas coisas são assim mesmo. Aqui não é diferente."

Apesar de ter contrato com o São Paulo até o final de 2010, o futuro do jogador pode não ser no clube do Morumbi. Depois de ter recebido sondagens de times da Alemanha e da Roma da Itália, como o próprio confirmou, chegou a ser especulado até o interesse do Corinthians por seu futebol.

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